por Doutrinador
Quem nunca se sentiu desmotivado pra encarar uma pilha de livros para passar naquele concurso, prova ou vestibular? Quantos você já não viu desistindo da academia nos primeiros três meses dizendo que “academia não é pra mim“? A desmotivação é uma constante nas nossas vidas, porém como vencê-la?
Vamos começar falando de academia e dos extenuantes treinos físicos e porque é tão comum essa “desmotivação” em treinar. Primeiramente, musculação e fisiculturismo é um esporte tremendamente chato por envolver diversos aspectos físicos e biológicos que vão além do esforço físico. É corretamente chamado por muitos de o esporte mais filho da puta que existe.
A desmotivação acontece porque todos nós desde que saímos das cavernas buscamos o conforto e métodos de simplificar a vida para pouparmos esforços. A raiz da civilização desde os primórdios gira em torno de simplificar os meios de vida para que se poupe esforços e vigor para o lazer ao invés da labuta. A invenção da roda foi um exemplo primário disso. Posso até imaginar o inventor da roda falando “com isso vamos poupar energias em carregar pedregulhos para poder trepar mais em casa! Iuhuuu!”.
Em outras palavras, somos mais condicionados mentalmente a ter prazer em sentar o rabo no sofá vendo Faustão do que levantar ferros por aí e sentir o cansaço físico, algo incomum num mundo onde nem é preciso mais levantar a bunda da cadeira pra mudar de canal.
Ao começarmos uma atividade física, nos sentimos como voltando as cavernas e tendo que disciplinar novamente o nosso corpo e mente que já estavam viciados no prazer da comodidade moderna, o que é um processo difícil e por isso tantas pessoas não passam dos 3 primeiros meses de academia, porque se sentem agredidas e desgostosas por perder tantas facilidades na rotina. A mente automaticamente aciona mecanismos de defesa para que vc evite aquela atividade, mesmo que ela seja benéfica, e você incrivelmente entra num processo de auto-sabotagem.
Essas pessoas que desistem por conta de desmotivação dizem que “academia não é pra mim“, “meu negócio não é musculação“, falam que “vou largar porque não sinto prazer nisso” – como se todos ali na academia gostassem ou possuíssem algum prazer sádico em esgotar seus corpos até a dor extrema ou como se tivessem algum tipo bizarro de repulsa pelo conforto.
Quem de nós, se pudesse escolher qualquer corpo que desejássemos bastando simplesmente vestí-lo como uma roupa, ficaria se matando com pesos e dietas experimentais que nada agradam o paladar? Ninguém!
Quem não preferiria sentar o rabo numa poltrona confortável e relaxante ao invés de encarar 1 hora de esteira ou 200kg no supino? Todos!
Isso significa que todos nós possuímos aptidão e estamos mais propensos ao conforto, mas alguns se “desprogramaram” disso através da determinação e disciplina mental.Aquele gigante da sua academia não está lá porque ele adora machucar os músculos sentindo prazer na dor ou em sair da cama quente numa noite fria para fazer seu treino. Ele provavelmente adoraria comer uma bela pizza de bacon ao invés de peito de frango e batata doce todo santo dia. Mas ele está lá, abrindo mão dessas vontades em prol de seus objetivos pois sabe que se ficar com o rabo no sofá comendo batata frita nunca alcançará suas metas.
Nem é preciso dizer que isso se estende aos mais diversos campos da vida que envolvem disciplina, não apenas no treinamento corporal. É tão difícil disciplinar o corpo a fazer esforço mental para estudar para uma prova como é difícil alguém passar dos três primeiros meses na academia. Na verdade, tudo reside no mesmo problema: convencer seu cérebro e corpo a fazer, de repente, algo de que ele está programado desde sempre a evitar.
A chave para o sucesso em qualquer atividade necessária e exigente, portanto, é a disciplina e persistência. Seu corpo e mente, condicionados ao mundo moderno onde tudo é feito visando o prazer de nossas bundas, sempre irá protestar quando você precisar fazer esforço. Porém, os resultados da persistência surgem com o tempo, assim como um pai quando educa uma criança birrenta: embora no começo seja difícil educar, com o tempo a compreensão aumenta e as coisas se tornam mais fáceis e maleáveis. Não deixe seu corpo controlar você, e sim o contrário!
Não deixe seu serviço acumular por causa de Facebook e Internet durante o expediente.
Não desista nos treinos e drible a desmotivação nos estudos praticando atividades de que você gosta depois dos estudos.
Estabeleça punições e as cumpra caso falte na academia ou deixe de estudar (como por exemplo, pagar algumas flexões, tomar banho gelado ou algo do tipo).
Estabeleça uma regra de não acessar inúteis sites no trabalho a não ser que tenha adiantado seu serviço. Redes sociais te viciam e tomam um tempo enorme, geram um senso de inutilidade enorme, seu serviço acaba acumulando e isso tudo gera desmotivação.
Se você seguir essas dicas, as tarefas mais difíceis parecerão psicologicamente não tão dolorosas e agressivas quanto as punições, e será muito mais fácil honrar com seus compromissos sem desistir.