Hibristofilia, a Atração Feminina Pela Violência

O texto a seguir foi traduzido do site “Shedding of the Ego” pelo colaborador e amigo, Sr.K e revisado pelo Savage.

O link para o texto original em inglês: http://sheddingoftheego.com/2015/08/23/hybristophilia-the-female-attraction-to-violence/

Ok, senhores, hoje vamos discutir a hibristofilia, um termo do qual me parece resumir melhor a inclinação feminina pelo “BadBoy”. Primeiro, a definição do termo de acordo com um dicionário médico on-line,

-Hibristofilia
Parafilia na qual uma pessoa é sexualmente atraída por uma pessoa que cometeu um atentado ou um crime horrível

Talvez seja melhor começar com alguns exemplos encontrados na cultura pop e chegar até os exemplos do mundo real. Muitos consideram a dupla dinâmica do universo dos quadrinhos da DC, o Coringa e sua companheira igualmente psicopata, Harley Quinn, de ser um exemplo claro do “efeito Florence Nightingale”. Em referência à dedicação de Florence Nightingale, que muitos consideram ser a fundadora da enfermagem moderna, demonstrada em seus pacientes. É descrito da seguinte maneira:

O efeito Florence Nightingale é uma situação em que um cuidador desenvolve sentimentos românticos e/ou sexuais por seu paciente, mesmo que haja muito pouca comunicação ou contato fora dos cuidados básicos. Os sentimentos podem desaparecer quando o paciente não precisar mais de cuidados, seja por recuperação ou morte.

Acredito que este seja um diagnóstico equivocado de Quinn, ou pelo menos apenas um diagnóstico parcial. Se você é versado sobre a origem da queridinha do Coringa, saberá que Quinn começou como psiquiatra de asilo em Arkham e seu nome era Dr. Harleen Frances Quinzel, M.D, que foi encarregada durante seu estágio com a psicanálise de alguns dos piores e maiores psicopatas criminais de Gotham, um dos quais era o próprio Coringa. Durante o processo de entrevista com o Coringa, Quinn ficou hipnotizada por seu Carisma, uma característica que os psicopatas costumam cultivar para esconder sua verdadeira natureza. Balançada pela força da personalidade e charme do Coringa, Quinn se apaixonou profundamente por ele, culminando em ajudá-lo a escapar, desencadeando de volta às ruas um dos psicopatas mais perigosos do universo de quadrinhos da DC, até que finalmente largou sua vida confortável como psiquiatra e se juntou a ele em sua onda de crimes, assumindo a personalidade de Harley Quinn, como a conhecemos hoje. Veja o desenrolar da história no link abaixo.

Harley Quinn sofreu não apenas com esse “efeito Florence Nightingale”, mas com um caso avançado de hibristofilia. Além disso, especulamos aqui que a hibristofilia é uma condição ainda pouco compreendida, que parece ser categorizada em uma classificação muito simplista de mulheres que são hibrostofílicas e mulheres que não são hibrostifílicas, sem que haja um meio termo entre ambas.

Pense de volta à nossa remota existência, quando os seres humanos levavam vidas pré-históricas, curtas e muitas vezes violentas. Os confortos de nossa civilização moderna e tecnologicamente avançada simplesmente não existiam. O homem das cavernas, que buscava ter acesso reprodutivo ao sexo feminino, tinha que oferecer algo em troca. Ele precisava garantir às fêmeas com quem queria se acasalar que iria lhes prover recursos, abrigo e sustento de forma regular. Ele tinha que ser violento o suficiente para matar caça o bastante para alimentar a si mesmo, suas mulheres e aos filhos que viria a ter com elas. Ele também tinha que ter uma inata capacidade de matar outros homens que desejassem se mudar para o terreno rico em recursos que ele controlava ou que era controlado pelas mulheres às quais tinha acesso sexual. Para ser direto, homens violentos têm sido selecionados por mulheres para reprodução desde tempos imemoriais e, apesar do fato de termos, através de uma manipulação de impulsos evolutivos, construído uma civilização que mitigava em grande parte esse ônus da violência, muitas mulheres ainda anseiam por homens violentos.

Uma mulher comum, é claro, não deseja namorar um psicopata violento, pelo menos não um da condição de um assassino em série como Ted Bundy ou Richard Ramirez. Mas ela almeja que um pouco daquela violência do homem das cavernas emerja pelo exterior civilizado dos homens pelos quais é atraída ocasionalmente. Eu explorei esse tópico brevemente em um vídeo a alguns anos atrás, intitulado — A fantasia feminina de estupro não é o que parece — e publicarei aqui.

https://youtu.be/vETzvWL4M0Y

Em essência, as mulheres procuram garantir sua segurança e provisão na sociedade através de um tipo de investida padronizada duplamente negativa. Simplesmente extrair provisão masculina via subsídio do contribuinte não é suficiente. A obsessão com a proteção e a provisão que vemos da mulher se expressa em escala macro, através da ocasional aplicação de leis fascistas que envolvem violência contra mulheres, como as “Rape Shield Laws” e “primary aggressor laws”, etc.

[Rape Shield Law — é uma lei que limita a capacidade de apresentar evidências ou interrogar os queixosos de estupro sobre seu comportamento sexual passado. O termo também se refere a uma lei que proíbe a publicação da identidade de uma suposta vítima de estupro.]

[Primary Aggressor Laws — Um Agressor Primário é um adulto ou adolescente que ganha poder e controle em um relacionamento, limitando as opções dos parceiros continuamente por meio de vigilância, coerção, não cooperação e punição, e mantém a limitação com a negação de abuso.]

Essas leis muitas vezes não consideram totalmente os conceitos de igualdade, como o devido processo legal e o luxo de um sistema jurídico que presume inocência antes que a culpa já seja estabelecida. Para o inconsciente coletivo, a mentalidade de colmeia que dirige as massas femininas, o processo devido é irrelevante, elas estão votando com seu cérebro posterior e, portanto, votam para garantir que suas necessidades e desejos mais primitivos sejam atendidos e saciados. O problema é que elas jamais podem ser saciadas; apontam e exigem mais segurança e mais provisões … sempre.

Deste modo, enquanto o envolvimento feminino alavanca o processo eleitoral a seu favor, e depois que o sistema legal implementa o máximo de ginocentrismo que pode suportar sem desmoronar, a mulher individualmente também cultiva ao mesmo tempo seu instinto particular para sua própria proteção e provisão, na forma do que nós, no meio MGTOW, cunhamos como o “Burtamontes Alfa”. Um indivíduo propenso à violência e fisicamente imponente o bastante para causar muitos danos com hostilidade, o qual também não costuma ser inteligente o suficiente para entender que ele está numa posição servil para a mulher com quem está envolvido, existindo como um criminoso contratado que é pago com acesso sexual. É como um ataque em forma de pinça, projetado para maximizar os benefícios para o coletivo feminino e, francamente, a vida, a saúde ou o direito dos homens nunca influenciaram esse processo de maneira significativa. Isto é tão somente o ginocentrismo em sua máxima potência.

Tome como exemplo o vídeo a seguir, precedido por uma rápida sinopse.

-A mulher entra em uma lanchonete e fura a fila.

-O homem responde a quem estava no telefone que uma mulher furou a fila.

-A mulher ouve e imediatamente o intimida lhe encarando, de forma bem rude, incisiva e, finalmente, violenta.

-Por ventura, o namorado, um ex condenado de 150 kg, entra na conversa, e nesse momento ocorre um breve confronto entre o homem e o namorado.

-Do nada, o namorado [ex condenado] dá um soco no homem, espancando-o violentamente. Veja por si mesmo.

Então … o que testemunhamos aqui além de um ataque cruel?

Bem, vamos começar da perspectiva da mulher. Vamos supor, hipoteticamente, que essa mulher possa ter começado esse confronto sem o namorado dela para protegê-la. Vamos supor que o homem a atacou em legítima defesa depois que ela iniciou a violência. Essa mulher provavelmente não teria problemas em confiar na linha de frente de proteção ginocêntrica a disposição dela, sendo essa a proteção em nível de macro escala de uma força policial ou de um cavaleiro branco que salta em sua defesa sem sequer questionar quem iniciou a violência. É por isso que as mulheres advogam por leis de agressores primários, já que quase universalmente a culpa recai sobre o homem em disputas de violência doméstica, apesar das evidências de ocorrer o contrário, isso se houver. Mais uma vez, as mulheres querem que seja dessa forma, não estão preocupadas com o devido processo e direitos iguais para os homens, estão preocupadas em alavancar o Estado e em fortificar seus hábitos reprodutivos fundamentais.

No entanto, nesse caso, o namorado dela que estava por perto, que era, para todos os efeitos, o brutamontes alfa que descrevemos na comunidade MGTOW. Ele é propenso à violência, fisicamente imponente e quase parece ter prazer em sujeitar outro homem à brutalidade que ele pode desencadear em nome de sua mestra. Este é um exemplo extremo do que todas as mulheres desejam em algum grau, proteções comunitárias de homens não violentos na forma de um sistema legal, e proteções individuais de homens violentos na forma desses brutamontes que estão mais do que dispostos a desconsiderar essas proteções legais.

Isto é o que impulsiona a tendência feminina à hibristofilia, que parece apenas ser patológica nos exemplos mais extremos, mas que na verdade repousa em um continuum. Este é um espectro de hibristofilia que varia desde a mulher que prefere uma surra de seu homem entre 4 paredes, até as “fanáticas por assassinos em série” que ganharam notoriedade por desmaiarem de emoção na presença de seriais killers hiper violentos, como Ted Bundy e Richard Ramirez, durante a fanfarra de seus julgamentos.

Toda mulher que pede para você sufocá-la, espancá-la, bater em sua bunda ou cuspir nela em um ambiente seguro e controlado durante o sexo consensual está agindo nesse desejo incompreendido. Ela está pedindo para você libertar seu homem das cavernas interior, está pedindo que você se torne uma arma violenta que ela possa usar para sua proteção, e ao fazer isso, ela recebe vasta estimulação sexual.

Não odeio mulheres por isso, muito menos espero que mudem. Eu acredito que isto é uma qualidade inata da atração sexual feminina. Também não as absolvo se agirem sobre esses impulsos de algum modo em causas reais de violência, em vez simulada, contra outros seres humanos como a mulher descrita acima. As mulheres que são tão dependentes de seus impulsos primitivos ao ponto de orientar um desses brutamontes a prejudicar outras pessoas na base da violência, deveriam ser trancadas e afastadas das pessoas civilizadas.

Mas em termos do desejo, da atração feminina por homens violentos, suspeito que haja muito pouco que possamos fazer para combater isso. O universo fictício de Gattaca já abordou isso através da filtragem de indicativos genéticos para a violência, e eu suspeito que a única maneira de mudarmos essa peculiaridade da atração feminina seria através de algo nesse sentido. Isso exigiria uma campanha de eugenia altamente antiética, da qual eu rejeito profundamente e nunca participaria. Dado isso, parece que só nos resta conter a besta, por assim dizer.

Teremos que entender a tendência feminina em selecionar homens violentos e temos que administrá-la e desencorajá-la da melhor maneira possível. E assim começo meus esforços aqui com um material simples.

Primeiro, começamos com Anders Behring Breivik, o teórico da conspiração do “marxismo cultural” que matou 77 almas, a maioria das quais eram jovens adolescentes. Um artigo intitulado Norway’s mass murderer Anders Behring Breivik gets hundreds of love letters a year [O assassino em massa da Noruega Anders Behring Breivik recebe centenas de cartas de amor por ano], e declara o seguinte:

ESTOCOLMO (AFP) — Ela o chama pelo primeiro nome, envia cartas toda semana e promete esperar por ele. Poderia ser qualquer história de amor, mas o coração de Victoria pertence a um assassino em massa: Anders Behring Breivik. Responsável pelo pior assassinato da Noruega em tempos de paz desde a Segunda Guerra Mundial, Breivik, como muitos outros assassinos famosos, tem sua parcela de admiradores, um fenômeno que pode ser acompanhado por atração sexual e, nesse caso, existe até um termo: hibristofilia.

“Eu realmente não gostaria de viver uma vida sem ele”, diz “Victoria”, que não quer que seu nome verdadeiro seja publicado. Uma jovem sueca na casa dos 20 anos, parece distante e impassível, ignorando sua xícara de café fresca no saguão de um hotel em Estocolmo. Mas sua voz falha quando ela fala sobre seu “querido Anders”.

De uma pequena cidade da Suécia, ela está fazendo tudo o que pode para obter um abrandamento das condições prisionais de Breivik: ele passou os últimos quatro anos isoladamente em uma penitenciária de alta segurança. Atualmente, ele cumpre uma sentença de 21 anos, que pode ser prorrogada se ele ainda for considerado um perigo para a sociedade.

Breivik matou 77 pessoas em 22 de julho de 2011, quando detonou uma bomba perto dos escritórios do governo em Oslo e abriu fogo contra um acampamento de verão para jovens trabalhadores na ilha de Utoya. Para Victoria, o isolamento de Breivik equivale a “tortura”.

“Eu me preocupo ainda mais com ele agora que ele está em uma situação tão vulnerável”, diz ela.

Desempregada devido a problemas de saúde, ela escreve para ele para encoraja-lo — muito mais do que 150 cartas já escritas — ou lhe envia pequenos presentes, incluindo uma gravata azul escura que ele ocasionalmente usava durante seu julgamento. Em troca, ela recebeu duas cartas dele — que ela mostrou à AFP — as outras foram bloqueadas por agentes penitenciários encarregados de censurar sua correspondência.

– Propostas de casamento –

Não é fácil definir seu relacionamento com Breivik, um homem que ela nunca conheceu, desde que todos os seus pedidos para o visitar foram negados.

Ela o descreve como seu “velho amigo” e como uma espécie de “figura fraterna” e protetora, mas admite que o acha atraente e “havia interesses românticos, a princípio, pelo menos da minha parte”.

Ela diz que o primeiro contato deles data de 2007, quando eles se conheceram através de um jogo online. Ele cortou os laços com ela dois anos depois, provavelmente para se concentrar no planejamento de seus ataques. Mas no início de 2012, Victoria se reconectou com o homem que até então se tornara a pessoa mais odiada da Noruega. E ela não está sozinha.

O Weekly Morgenbladet (Um semanário norueguês, jornal intelectual, abrangendo política, cultura e ciência.) relatou no ano passado que Breivik recebe “pelo menos” 800 cartas por ano, muitas delas de mulheres admiradoras. Durante o julgamento de 2012, uma menina de 16 anos pediu que ele se casasse com ela.

Hibristofilia é um termo usado por criminologistas — mas não por cientistas — para descrever uma atração sexual por assassinos violentos na prisão, que geralmente recebem cartas de amor ousadas ou roupas íntimas sensuais de suas fãs.

Também conhecida como “síndrome de Bonnie e Clyde”, ela existe ao longo do tempo e do local.

Josef Fritzl, da Áustria, que manteve sua filha em cativeiro e a estuprou repetidamente por 25 anos, e o assassino americano, Charles Manson, também tem seus próprios clubes de fãs.

– Mulheres frequentemente abusadas –

Segundo Sheila Isenberg, uma autora americana que entrevistou 30 mulheres para seu livro Women Who Love Men Who Kill [Mulheres que amam homens que matam], conta que esses admiradores costumam ter um histórico de abuso sexual.

“É uma chance de uma mulher estar no controle (o homem está atrás das grades por toda a vida e não tem controle sobre nada), quando anteriormente ela foi abusada pelo pai (ou) por outros homens”, explicou à AFP.

“Além disso, é um romance com R maiúsculo: excitante, emocionante, uma montanha-russa sem fim. Nada monótono ou comum sobre esses relacionamentos.”

No entanto, não há evidências científicas para apoiar a crença generalizada de que essas mulheres sentem que estão em uma missão para ajudar o assassino a seguir o caminho certo na vida, disse Amanda Vicary, professora assistente de psicologia na Universidade Wesleyan, nos Estados Unidos.

“Algumas mulheres tendem a ser atraídas por homens famosos — é possível que o motivo da atração de algumas mulheres por homens que fizeram coisas horríveis não seja tanto o que eles fizeram, mas a fama que receberam de seus atos”, disse ela.Victoria, enquanto isso, diz que não está em busca de fama.

O envolvimento dela com Breivik já lhe custou o relacionamento com a irmã, que ao saber de seus laços com ele, disse a ela: “Você está morta para mim”. E ela se distanciou de seus amigos. Ela admite “compartilhar mais ou menos” a ideologia islamofóbica de Breivik, mas diz que se opõe à violência. Então, como ela pode amar um homem que abateu dezenas de adolescentes aterrorizados, alguns dos quais imploraram para que ele poupasse suas vidas?

“Acho que tive que separar Anders do Breivik real. Penso em Anders como meu velho amigo e Breivik como a pessoa que fez todas essas coisas. Os anos passam e, no entanto, ela se recusa a desistir dele. “Sinto sua falta cada vez mais a cada dia. Acho que meus sentimentos ficaram um pouco mais fortes.”

Outro artigo interessante que acabei tropeçando lhe dará alguns insights de fato sobre a natureza desse fenômeno, intitulado Editorial: On Love, Sex and Murderers [Editorial: Sobre Amor, Sexo e Assassinos] e é bem longo, portanto, publicarei apenas as partes que julgar relevantes:

Assassinos em série são interessantes.

Ao mesmo tempo, somos repelidos e fascinados por estudar sociopatas e sua busca por sangue — e na maioria das vezes, os homens buscam o sangue das mulheres. A ideia do “bom” assassino em série à lá Dexter é relativamente nova, mas é um fato conhecido que as mulheres inundaram Ted Bundy com cartas de amor, uma mulher casou-se com Richard Ramirez enquanto ele estava na prisão e existem inúmeros outros exemplos de criminosos menos conhecidos e suas fanáticas. Montagens com Ted Bundy? Por que? Nos perguntamos por que os assassinos em série fazem o que fazem o tempo todo – talvez seja aí que o fascínio começa para as pessoas que se identificam como “hibristofílicas”.

Alguns anos atrás, encontrei uma garota de dezesseis anos que se identificou como Ted-Head (uma groupie de Ted Bundy). Era fácil ignorar a romantização de um homem cujo horror ela nunca havia experenciado. Seus outros interesses eram, assim como muitos meus, sombrios e subversivos. Meu pensamento na época era que um dia ela cresceria e iria perceber que achar uma pessoa interessante não é o mesmo que achá-la emocional ou sexualmente atraente. Afinal, Bundy usou o fato de que ele era um homem bonito para matar mulheres. Ele não é exatamente o tipo de cara que você gostaria de namorar (você também não iria querer sair num encontro com Rodney James Alcala, mas ele ganhou o famoso The Dating Game).

Eu queria escrever um pouco sobre o fenômeno Ted Bundy e como ele continua em uma nova geração. Comecei em um site chamado Bundyphile, na esperança de começar na fonte, em meus esforços para escrever sobre como obter um pouco de compreensão das jovens que seguiam Bundy (uma página do Facebook se referia a ele como “A voz incompreendida de uma geração”). Os temas apresentados nesses sites foram repetitivos:

Bundy não era “tão ruim”. Bundy foi mal compreendido. Sim, o que Bundy fez foi errado, mas você pode amá-lo e admirá-lo sem idolatrar seus crimes. Muitas das mulheres e meninas obcecadas com Bundy e outros assassinos em série parecem pensar que poderiam ser a pessoa especial que iria mudá-los ou adestrá-los, ou ser “a escolhida” que estaria lá a disposição deles e para impedir que todas as coisas ruins acontecessem. Em uma entrada no blog, uma mulher que se autodenominava “Lolita” proclama, em caixa alta para que todos vissem, “DE QUALQUER MANEIRA, SE MINHA PRÓPRIA MORTE PUDESSE PREENCHER A ALMA OCA DE TED BOUNDY, EU [REALMENTE] ADORARIA SER SUA ÚLTIMA VÍTIMA.”

Ela alegou que eles eram semelhantes, alegou entendê-lo. Ele era “diferente” de outros assassinos (lembre-se, Ted Bundy provavelmente estava morto antes que essa mulher nascesse). Minutos depois da minha pesquisa, ficou claro que não se pode procurar por Ted-Heads sem encontrar as “fãs” do Dahmer e a obsessão que muitas fãs de Internet têm pelo sexo gay masculino. Especificamente, Ted Bundy e Jeffrey Dahmer se envolvendo em sexo gay. Foi nessa época que minha pesquisa fez uma curva acentuada à esquerda. Até esse momento, as mulheres não só pareciam emocionalmente investidas e, sim, obcecadas. Pareciam acreditar que o amor de uma mulher para com eles poderia ter salvado os homens violentos que tanto idolatravam.

Quando cheguei o site Mrs.Dahmer’s Infinityland, ficou claro que havia muito mais nesse fenômeno do que a tendência de meninas do ensino médio/faculdade de se apaixonar por homens “mal compreendidos” e “obscuros”. O ponto central disso era sobre sexo. Ok, sim. Acho que sabíamos disso, mas tratava-se de sexo profundamente sombrio e perturbador, baseado completamente no quão violentos e terríveis esses homens eram. Uma postagem no Tumblr diz:

-A maioria das garotas: você já viu aquele corpão dele, néah?

-Eu: Você viu o contador de mortes dele, néah?

A página “Sra. Dahmer” apresenta várias fotos de Dahmer, a maioria das fotos normalmente tiradas após ser preso ou fotos dele em macacões da prisão. As fotos possuem legendas carinhosas, da mesma forma que uma garota do ensino médio legendaria uma foto de seu crush favorito da Disney em seu diário, mas essa “doçura” para por aí.

Depois que descobri a tag “hybristerotica” no tumblr, as coisas ficaram sombrias de verdade, e foi rápido demais.

Um tumblr dedicado à celebração da hibristofilia me arrasta para um canto da internet que eu jamais esperei encontrar. Sex and Crime All The Time apresenta, entre outras coisas, fotos de famosos seriais killers com “confissões” sexualmente explícitas estampadas sobre eles e uma história erótica em série chamada Síndrome de Estocolmo, focada em Richard Ramirez.

Eu quero tirar um momento para afirmar aqui que eu entendo que fantasia de estupro não é o mesmo que querer ser estuprada e que muitas mulheres com vidas sexuais saudáveis ​​são adeptas desse tipo de sexo — no entanto, acho que essa fantasia se torna um pouco diferente quando as fantasias são focadas em homens conhecidos por perseguir e atacar violentamente as mulheres.

Também me questiono sobre essa linha tênue, pois essas mulheres se identificam orgulhosamente como “hibristófilicas” e defendem a legitimidade dessa atração, embora o perfil de mulheres que se encaixem na definição não seja uma lista de traços positivos de personalidade, e muitas delas admitem essa disfunção sexual fora de situações em que elas estão fantasiando com os assassinos.

As hibristofílicas hardcore nem sempre se preocupam em afirmar que os homens pelos quais elas são obcecadas, são “incompreendidos” ou “apenas parcialmente ruins”. Quando uma fã anônima do tumblr pergunta se Ted Bundy amava sua esposa e filho, a proprietária do blog responde, “Eu acho que não.”

Parece haver limites, no entanto. Uma usuária diz que está “triste” porque o diário de Eric Harris apresentava sentimentos homofóbicos. A dona do blog a conforta assumindo que ele teria superado esses sentimentos se estivesse vivo. A conversa, no entanto, não possuía nada a ver com a maneira como esses homens tratavam as mulheres.

Parece que quanto pior a ofensa, mais essas mulheres são atraídas por eles, mais violenta é a fantasia.

“Sempre que me masturbo pensando no Ted Bundy me sufocando e me estuprando, eu termino tendo um longo e intenso orgasmo.”

Por alguma razão, acho a obsessão por homens como Bundy e Ramirez menos perturbadora do que as fantasias sexuais e românticas associadas aos assassinos mais recentes. Há uma boa chance de que as mulheres que idolatram Bundy, usarem um pingente com sua foto e olharem sua foto vivo, sendo que Bundy morreu em 1989. Ele poderia ser encarado como um “personagem” como Loki dos Vingadores ou, sim, até algo como Dexter. Ninguém que elas conhecem teve contato com ele, elas não sentiram o medo e o horror que ele causou pessoalmente.

Mas as mulheres fantasiando sobre Elliot Rodger estavam definitivamente vivas quando ele abriu fogo em Santa Bárbara em maio deste ano. A obsessão delas é muito mais profunda do que por sua aparência — essas mulheres estudaram seus vídeos cheios de ódio e seu manifesto. Sua ojeriza em relação às mulheres não surtiu efeito em afastar essas hibristófilicas. Na verdade, parece fazer o contrário, todas as mulheres atraídas por Rodger têm um desejo comum — de ser sua primeira namorada. Ser a garota que acalma sua raiva. Algumas sem fantasias sobre Rodger com Dylan Kleibold e Eric Harris, do tiroteio em Columbine, afirmando que elas poderiam mostrar a ele como conquistar mulheres. Hybristerotica apresenta duas peças eróticas de “fanfics” sobre Eliot Rodger, uma escrita do ponto de vista dele e outra contada do ponto de vista de uma mulher — In Come Over and Fuck Me, ela se imagina como sua amiga ao longo da vida, sem perceber seu desejo por ela.

A erótica não está bem escrita, mas esse não é o ponto. Não precisa ser assim. O próprio pensamento de foder com esses homens perigosos é o que prende as mulheres que participam das tags de hibristofilia no tumblr. Os fãs de seriais killers e hibristófilicas recebem muita atenção negativa de outros usuários do tumblr, particularmente aqueles que gostam de True-crime [Filmes e livros baseados em fatos reais], mas não querem ser associados com pessoas que fetichizam e idolatrar assassinos. Se você passar por alguma das tags populares de hibristofilia, verá as defesas da hibristofilia repetidas vezes. Elas insistem que não estão zombando das vítimas ou apoiando o crime, elas respeitam as vítimas — elas somente se sentem atraídas pelo assassino. O caso mais interessante é o grupo de jovens obcecadas pelo atirador do ensino médio, TJ Lane.

Enquanto suas fãs insistem que respeitam as vítimas e suas famílias, elas também o enaltecem por usar a camisa escrito ‘KILLER’ no tribunal e compartilham GIFs dele dizendo aos pais de suas vítimas: “A mão que puxou o gatilho para matar seus filhos agora se masturba com a lembrança deles. Foda-se todos vocês”, enquanto chocava a todos.

Elas chamam isso de “sass”[algo como “atitude insolente”] e marcam fotos dele como “O rei do sass/O rei da atitude”. Quase todos os memes, GIFs e colagens de TJ Lane envolvem essa citação, por inteiro ou somente em uma parte. Elas o amam, em grande parte, porque ele era desrespeitoso com as famílias de suas vítimas. Parece que quanto pior a ofensa, mais essas mulheres são atraídas por eles, e mais violenta é a fantasia.

Algumas hibristófilicas afirmam que são completamente normais, uma até citou seu terapeuta em defesa de sua obsessão por TJ Lane. Outras afirmam que não é diferente de qualquer outra parafilia (uma condição na qual a excitação e gratificação sexual de uma pessoa dependem da fantasia e do envolvimento de comportamentos sexuais atípicos e extremos) e, como tal, devem ser respeitados.

Vale a pena notar que a pedofilia é o tipo mais comum de parafilia e ninguém está sugerindo que todos apoiem os pedófilos como algo normal — nem mesmo as hibristófilicas que gostam de homens que abusaram de crianças.
Os quatro tipos mais comuns de parafilia envolvem uma rejeição de consentimento — pedofilia, exibicionismo, voyeurismo e frotteurismo — o ato de se esfregar em pessoas que não consentem.

Outro fato que vale a pena considerar em “respeitar” como “normal” nas hibristofílicas é que a parafilia frequentemente leva à disfunção sexual — precisando daquilo que as atrai para gratificação sexual. Se a hibristofilia torna as mulheres [amantes de assassinos em série] incapazes de ter uma vida sexual saudável com homens que não querem estuprá-las ou matá-las, eu ousaria dizer que não é nada normal. Essas observações não pretendem julgar as comunidades de hibristofilia, por si só, mas ser justo com elas também significa mostrar o lado que não apoia suas reivindicações de normalidade.

Então, por que as mulheres buscam sociopatas? Por que um assassino com diversas vítimas as atrai tanto? Haviam até buscas sobre Timothy McVeigh nas tags de hibristofilia — parece não haver limite. Algumas são puramente sexuais, outras são borderlines românticas, e outras são absolutamente perturbadoras, considerando os homens que são o centro da discussão. Aqui estão algumas das tags sobre Jahar (Dzhokhar) Tsarnaev.

“Eu quero que Dzhokhar Tsarnaev foda minha bunda. Eu nunca fiz sexo anal, mas faria por ele num piscar de olhos. Só de pensar já me excito muito. Eu preciso daquele pau na minha bunda agora.”

Quanto mais fundo eu cavava nas tags e sites de hibristofilia, menos sentido isso parecia fazer. Entrando nisso, admito, achei que encontraria alguns grupos de desajustadas que ainda admiravam Ted Bundy e Richard Ramirez. Como muitos, li os artigos publicados mostrando que o tsarnaevs, James Holmes e Adam Lanza haviam atraído um público feminino — mas a maior parte do conteúdo citado parecia ser “Nossa, como ele é gostoso”, o que pode ser uma opinião real — embora a maioria das pessoas tenha mais dificuldade em separar a atratividade de uma pessoa de suas ações.

TJ Lane

O desejo, as reivindicações de amor, o apoio interminável e adoração como se fossem heróis, me abalaram definitivamente. Quando eu bati o olho nas histórias de sexo explícito, eu senti como se estivesse perdendo a sanidade. Meu cérebro realmente não consegue entender isso, especialmente em casos como o de TJ Lane, que não é apenas alguém sem nenhum pingo de remorso, mas também se alegrava ao se vangloriar de seus crimes na frente das famílias daqueles que ele matou.

Eu sempre assisti coisas como Halloween, filmes de terror e livros, e tive um fascínio pelo obscuro e por coisas perturbadores, sendo uma reação saudável a um mundo aterrorizante. As pessoas estudam assassinos em série porque sabemos que, embora se comportem como monstros, são humanos. Ao aprender sobre eles, adquirimos conhecimento e isso ajuda a nos sentirmos proativos e, portanto, mais seguros. Pois quando entramos no horror e no sobrenatural, este vira um terror que podemos controlar.

É como um crânio feito de papel machê que você pode segurar na mão e saber que não é tão ruim. O que é preocupante sobre as hibristófilicas na internet, que se torna tão perturbador, é saber que elas cruzaram essa linha de alguma forma. Elas foram além do desejo de entender, além de um fascínio, e entraram em uma obsessão descontrolada.

Enfim…
Então, senhores, esse é todo o material que pude lidar até o momento.
Nós abordaremos isso mais profundamente depois.

Fiquem à vontade para conferir esses artigos que abordam tópicos semelhantes.

Hipótese sobre a Atração Feminina à Violência e Tomada de Risco

Hibristofilia, Ted Bundy, Cowboys de cocaína e Hibristófilos masculinos

Mulheres e Crime

Um Video sobre Hybristofilia, A atração feminina pela violência. Assista abaixo.

-Tradução Sr. K-
Como tradutor deste artigo, me reservo no direito de dizer que não quero mais traduzir e nem procurar por nada desse assunto jamais em minha vida. É REPUGNANTE saber sobre esse tema, e que não existem relatos de mulheres e ou relatos em qualquer mídia de mulheres que sentem atração pelo homem provedor (aquele que trabalha todo dia pelo sustento do seu lar.)

-Revisão Savage Thinker-
….

1 comentário

    • GETULIO RODRIGO TOBIAS SANTOS em 02/04/2020 às 10:15
    • Responder

    Eu li o texto inteiro, com certeza será o texto mais impactante que já li em 2020. A tristeza passa pelo meu corpo inteiro. Esse deve ser o gosto da famosa black pill. Homens trabalhadores sendo tratado como lixo pelas mulheres e pelo Estado. Criminosos tendo acesso a sexo de primeira qualidade e admiração digna de estrelas do rock. Já deu, mundo. Já pode parar.

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.