As mulheres não irão salvar o Japão

por Shedding of the Ego

Uma das desvantagens de ser um líder que comanda uma sociedade a beira do colapso é que as verdadeiras soluções simplesmente não estão disponíveis. Tal é a situação do atual primeiro ministro japonês Shinzo Abe, que assiste sua sociedade colapsar tanto economicamente quanto demograficamente.

Os japoneses simplesmente jogaram a toalha, cansados da exploração corporativa e ginocêntrica da sociedade japonesa. O Japão precisa que suas mulheres tenham mais filhos, mas também precisa que elas trabalhem para tocar a economia (Soble, 2015); uma combinação impossível.

Para demonstrarmos a futilidade desta solução, de acordo com o New York Times, o Primeiro Ministro propôs a criação de mais creches públicas (Soble, 2015). Entretanto, uma das maiores razões para que a economia japonesa esteja balançando é que seus gastos governamentais atuais estão sobrecarregados. Expandir programas governamentais para poder ter mais mulheres trabalhando irá negar qualquer ganho advindo disto, e deixarão eles no mesmo ponto de partida, se não pior.

Também temos uma relação reversa entre a participação da mulher no mercado de trabalho e sua taxa de fertilidade (Bloom, Canning, Fink, & Finlay, 2007). É simples questão de senso comum a mulher ter que escolher entre uma família grande ou uma carreira. O Japão precisa que suas mulheres tenham filhos, mas também precisa que elas assumam o lugar dos homens herbívoros no mercado de trabalho.

Bem Japão, hora de escolher! Preferem ter muitos filhos ou ter suas mulheres trabalhando 60 horas semanais? Tais escolhas são mutualmente excludentes.

Não importando a escolha do Japão, o país irá desabar, tanto economicamente, demograficamente ou ambos.

Vamos colocar de lado as propostas relativas as diferenças salariais e quotas de gênero e falarmos sobre as outras propostas apresentadas pelo Primeiro Ministro para tentar consertar a economia japonesa, e entender porque elas fazem o problema ficar pior.

Estender a licença maternindade por 3 anos

Fiz um vídeo recentemente sobre este assunto chamado “When Gynocentric Laws Backfire”. Essencialmente demonstro que as empresas não tem árvores de dinheiro para o governo usar sem se preocupar. Se o governo as força a dar uma licença maternidade de 3 anos, eles simplesmente não irão contratar mulheres. E se forem forçados a isso, eles não as promoverão ou colocarão em postos de chefia. Se forem forçados a colocarem elas em postos de chefia, terão que ser forçados a criarem assistentes que ficarão de prontidão para substituí-las durantes os 3 anos da licença. Tudo isso se iguala a menores lucros, menor produtividade e preços maiores. Isto ferra a economia do Japão, e só irá acelerar o seu colapso.

Criar mais 400000 novos espaços em creches públicas

Na teoria parece ser algo bom, porém esses 400000 novos espaços não serão de graça. Se você pegar como base os custos de uma pré escola no Michigan, uma única criança custa por volta de 10 mil dólares por ano para ser mantida ali (Smith, 2014). Se multiplicarmos isso por 400000, temos um custo estimado de 4 bilhões por ano. Daonde eles vão tirar esse dinheiro? Aumentando impostos, o que faz tudo ficar mais caro, diminui a produtividade e acelera o colapso econômico do Japão.

Afrouxar as restrições de imigração para que estrangeiros façam o trabalho doméstico e cuidem das crianças

Em 100 anos os EUA serão uma extensão da América do Sul, e a Europa será um califado. As duas são sociedades ginocêntricas moribundas dando lugar para sociedades mais patriarcais. Nos tempos antigos, as sociedades construíram muralhas e defesas para impedir a invasão dos bárbaros, mas nos tempos modernos nós convidamos os bárbaros para fazer nosso “trabalho sujo”. De qualquer forma, o Japão que conhecemos hoje irá desaparecer.

Mudar as taxas para famílias que tem duas fontes de renda

De novo, isto entra na mesma categoria das novas creches públicas. Quando o governo gasta, ele precisa tirar dinheiro de quem produz via impostos. Quando o governo corta impostos, ele precisa ou cortar benefícios sociais ou aumentar os impostos em outra ponta para manter os atuais custos de operação. Já que o sr. Abe não menciona nenhum corte de custo, é seguro assumir que o governo japonês ou irá aumentar os impostos de alguém, o que contribuirá para o colapso econômico ou irá assumir mais dívidas, o que irá contribuir ainda mais para o colapso pois aí entram também as taxas da dívida a serem pagas.

Então, o governo está num beco sem saída. Para poder facilitar o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e assim beneficiar a economia, terão que aumentar impostos e enfraquecer a economia. Em adição aos novos custos, as mulheres carreiristas não poderão ter muitos filhos, o que piora a crise demográfica japonesa.

Será que existe uma solução? Obviamente que há. A resposta reside no homem. Ao invés de jogar na mulher a responsabilidade de salvar o Japão, o governo deveria voltar sua atenção para aqueles que construíram o país.

Muito já foi dito sobre os herbívoros e como eles são menos agressivos e mais passivos perante as mulheres, mas isto também se reflete o mundo corporativo. De acordo com o jornal Washington Post, os herbívoros se recusam a trabalhar 70 horas semanais, e não estão dispostos a se sacrificar por uma empresa (Harlan, 2010). As japonesas com menos de 30 anos já ganham mais que suas contrapartes masculinas (Harlan, 2010), mas elas ainda esperam que o homem deva ganhar mais do que a mulher para poder manter a família. O Japão está aprendendo do jeito doloroso que a igualdade de gêneros é uma farsa que leva ao colapso social.

Nós entendemos isso melhor do que ninguém, e a solução é simples, porém não é fácil. Resumidamente, o Japão deve se focar nas necessidades do homem, mas considerando que a mulher representa 51,4% da população japonesa, enquanto o homem compõe apenas 48,6% (World Population Review), significando que o Japão sofre os mesmos problemas que os ocidentais, no qual a mulher jamais abriria mão de seus privilégios numa sociedade democrática enquanto são as maiores eleitoras. Mesmo perante a aniquilação, a mulher não cederá a nenhuma reforma até ser tarde demais.

O fenômeno dos herbívoros é primariamente uma manifestação econômica. A geração que hoje conhecemos como herbívora iniciou na década de 1990 durante a longa recessão japonesa. 70% dos herbívoros do Japão estão desempregados ou com empregos modestos (Kagenuma, 2014). A solução é simples: o Japão precisaria cortar drasticamente os programas sociais, privatizar, cortar impostos e deixar com que o mercado crie alguns malditos empregos para esses caras.

Mas infelizmente o Japão copiou os EUA quando o assunto é programa social e políticas feministas, e o exemplo deles deveria ser um alerta para o mundo ocidental. Porém, o estado assistencialista não vai a lugar algum pois além da maioria dos eleitores serem mulheres, por volta de um terço da população japonesa atual tem mais de 60 anos (Statistics Bureau, 2014), e não irá abrir mão de seus benefícios, mesmo com um futuro negro se avizinhando.

Como disse no começo do artigo, uma das desvantagens de ser um líder que comanda uma sociedade a beira do colapso é que as verdadeiras soluções simplesmente não estão disponíveis.

Domo arigato Japan, sayonara!

FONTE

japan

2 comentários

  1. Os japoneses estão certos; temos que mandar as narcizistas — tomar no ku !

  2. (Nos tempos antigos, as sociedades construíram muralhas e defesas para impedir a invasão dos bárbaros, mas nos tempos modernos nós convidamos os bárbaros para fazer nosso “trabalho sujo”) quem ja leu historia sabe q isso ja aconteceu antes em roma ha mais ou menos 1700 anos

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