por Christian Men’s Defense Network
Na Parte 1 da nossa série, eu falo sobre como colocar seu lado espiritual nos trilhos. Na Parte 2 eu falo sobre como entender e combater a ameaça da desonra. Agora, precisamos lidar com as armadilhas que irão surgir. E são muitas delas, algumas emocionais, outras relativas ao seu relacionamento com sua família e algumas práticas.
A primeira armadilha a ser evitada é nunca cair em qualquer uma das transferências de culpa que sua esposa possa jogar em você. Caso os padrões se repitam, ela irá te dizer por semanas ou até mesmo meses que ela estava “infeliiiiiiz” no casamento, e que você precisa mudar. Ela poderá ameaçá-lo com uma separação caso você não mude.
Isto é muito comum. Na verdade, provavelmente você estará passando por uma terapia de casais neste exato momento para tentar lidar com seus supostos defeitos. Isto é uma grande armadilha que você precisa identificar e evitar: ela não está dizendo isso porque você é realmente um mau marido. Ela não está indo para terapias com você porque você precisa mudar para salvar o casamento. Ela não está ameaçando se separar porque ela está “infeliiiiiz”.
Muito pelo contrário, ela faz tudo isso porque ela precisa usar você como bode expiatório para o pecado dela. Eu conheço não poucos casos onde um cara ia para a terapia com sua esposa e no fim acabava descobrindo que ela estava o traindo. Ou sobre como ela estava reclamando sobre o casamento dela para no fim descobrirem que na verdade ela era infiel.
Na verdade foi exatamente isto o que aconteceu com minha ex-esposa. Durante um mês e meio antes de eu descobrir a verdade, eu era repetidamente instruído que eu precisava mudar para poder salvar nosso casamento. Tal tipo de coisa não é só uma coincidência. Ela precisa que você caia nas fantasias dela para que suas ações encontre alguma justificativa, pelo menos na cabeça dela.
Não caia nessa. Ela tem que admitir que a atual crise no relacionamento é causada pela falta de auto controle DELA, não por você ser um mau marido. Ela deve admitir isso, tanto pelo bem de sua própria saúde espiritual quanto que enquanto ela não fizer isso o casamento não terá chances de sobreviver. O arrependimento cura. A impenitência acaba em auto destruição.
Além do mais, se você admitir que é o problema principal, ela irá perder todo o respeito por você. Eu sei, isso pode parecer extremamente bizarro, mas é assim que a psicologia feminina funciona. Ela precisa de um homem que é forte e durão, que pode aguentar ameaças e se manter firme. Ela precisa de um homem que se garanta até mesmo por ela, porque se um homem não consegue se garantir contra uma mulher que está claramente errada, como ela pode confiar que ele consiga enfrentar maiores desafios? Então não faça isso. Não seja um molenga.
Segunda coisa, se atualmente você faz terapia de casal, pare imediatamente. Isto é o contrário do que a maioria dos cristãos iriam recomendar. Mas se sua mulher te trouxe ao aconselhamento sob falsas pretensões, então continuar indo a isso é aceitar os falsos esquemas de sua esposa.
Ao invés disso, se precisa de aconselhamento, procure um conselheiro cristão de visão mais conservadora. Eu digo conselheiro homem porque, você sendo a vítima, irá precisar de alguém que irá entender os tipos de emoções que um homem sente quando sua esposa o trai. E quando digo “de visão mais conservadora” é porque você não quer ir num conselheiro que não passa de um cavaleiro branco, mangina e feminista. Mesmo que sendo conservador não faz a pessoa livre de ser um cavaleiro branco, pelo menos diminui as chances dele o ser. E também aumenta suas chances do conselheiro acreditar em conceitos como o pecado, a culpa e (novamente) arrependimento.
Terceiro, você precisa evitar aquele falso conceito de perdão. Isto é extremamente importante. Eu perdoei minha ex-esposa logo depois que ela me revelou que era infiel. Eu fiz isto não por ela, mas porque é meu dever com meu Senhor, que derramou o Seu sangue por nós. Se Jesus morreu para que eu pudesse ser perdoado, porque eu não perdoaria minha esposa?
Mas o perdão não é um sentimento. Você pode perdoá-la e ainda assim estar com muita raiva dela. Em tempo, se você pedir a Deus que ele te dê forças para ajudar na tomada de sua decisão de perdoar, Ele dará. Mas o perdão é somente isto, uma decisão. É um ato de vontade, nada além disso. É, como um amigo meu costuma dizer, “dar o seu direito a um passado melhor.”
E o perdão também não significa reconciliação. Isto é uma confusão muito comum de ser feita entre os cristãos. Não é porque eu perdoei minha esposa que o casamento não acabou. Não significa que o divórcio está descartado. Ao contrário, significa que você (metaforicamente) tirou suas mãos do pescoço dela.
Assim sendo, jamais busque qualquer forma de vingança contra ela. O divórcio não é uma vingança, e se você preferir se divorciar só por vingança, estará cometendo um erro imenso. Eu sei que nem todos os cristãos concordam onde o divórcio é ou não permissível. Como Protestante, eu assumo a interpretação protestante mais aceita que o divórcio só é permitido em caso de adultério (com a possível exceção de casos onde existe abusos físicos, onde se cria a situação de “divórcio por motivos de segurança pessoal, mas sem novos casamentos”). E o adultério é o caso onde você está agora.
Mas o que quero dizer é, independente de suas crenças sobre o divórcio, quando você perdoa sua esposa não significa que você reconciliou seu casamento. O perdão é um passo necessário, mas não o único, para a reconciliação. Quarto, não assuma que ela já não esteja planejando se divorciar de você. Ela pode muito bem já estar planejando isso. É por isso que você necessita ser proativo. Abaixo dou alguns conselhos práticos que você precisará refletir:
- Primeiro, se você tem uma conta conjunta com ela, eu imediatamente iria ao banco e transferiria a sua parte do dinheiro para uma conta só sua. A internet está apinhada de histórias de mulheres esvaziando a conta conjunta depois que seus maridos a confrontaram sobre uma possível traição por parte dela;
- Próxima coisa, nunca se mude. Se sair agora, as chances de você ter sua casa de volta são quase nulas. Ela irá se divorciar e, em 9 a cada 10 casos, você estará ferrado;
- Outra dica financeira é ter seu salário depositado em uma conta pessoal (num banco diferente) e só assim fazer transferências para a conta conjunta. E também tenha um cartão de crédito apenas em seu nome;
- Se vocês dois se separarem por algum período e tem filhos, não se separe deles. Você ouviu?! Não se separe de seus filhos. Você nunca irá conseguir a custódia se fizer isso. E ela pode muito bem se mudar e levar eles para o outro lado do país, e seu relacionamento com eles jamais será o mesmo;
- Seja claro com ela, caso decida mesmo se separar, já que foi ela que vacilou é você quem irá ficar com a casa (assumindo aqui que você queira continuar com a casa) e os filhos (se já tiverem) irão ficar com você;
- Mantenha um diário de tudo o que acontecer, incluindo o tempo que você passa com seus filhos. Isto serve tanto como um registro que pode ser usado ao seu favor nos tribunais e como uma forma de organizar sua cabeça e permitir com que lembre com mais facilidade de fatos e eventos passados. O último é muito importante no processo de superação deste problema. Não rasgue páginas desse diário por raiva. Se caso o use nos tribunais, essas páginas rasgadas poderão levantar suspeitas;
- Não fique chorando as pitangas com qualquer um. Primeiro, você não sabe com quem ela andou te traindo (e pode muito bem ter sido com mais de um cara). Então só Deus sabe se o cara com quem você está desabafando é justamente o amante dela. Segundo, algumas das pessoas que você está contando o caso podem ser amigos dela e possivelmente irão botá-la a par de seus pensamentos. E terceiro, você pode ficar em maus lençóis se não for cuidadoso e começar a falar besteira demais. Então converse apenas com parentes mais próximos e de confiança, por enquanto.
Aqui temos algumas dicas básicas para evitar problemas. Esta não é uma lista exaustiva. No geral, é uma boa ideia 1) seguir o bom senso; 2) ter em mente que, como adúltera, sua esposa não é mais confiável e que ela precisa trabalhar para reconquistar sua confiança; e 3) mantenha em dia sua dose de “SPP”. Estas 3 regras irão te livrar de muitos problemas.
1 comentário
Como advogado acrescento uma dica, mas só
vale se houver criança pequena, faça teste DNA.