* não deixe de ouvir o podcast do EDR SP de Março!
A título de curiosidade, vou postar aqui a tabela do rendimento mensal de fevereiro do meu primeiro lote de compras em ações (EVEN, CMIG, ETER e FJTA):
Como podem ver, nada mal pra um iniciante.
Mas vocês podem olhar para o gráfico e se perguntar: porque a separação dos ganhos simulando tanto com a EVEN quanto sem ela?
Por um motivo simples.
Eu coloquei boa parte do meu capital na EVEN (não foi uma ideia muito inteligente, eu confesso), com o objetivo de fazer um trade (que deu errado e obviamente, meti um stop nele pra não ter mais prejuízos). Logo, toda flutuação que ela tiver irá impactar de forma decisiva no ganho da carteira.
Se ela sobe aí uns 5% no mês, meus ganhos serão bons pra caramba. Mas se ela caísse esses 5%… ?
Como podem ver, tendo apenas uma queda de 2% no período, prejudicou a carteira inteira e jogou o rendimento, que era para ser de mais de 4% no mês (o que ao meu ver é um rendimento muito bom) para pífios o,1%.
Agora, caso o que eu tenho na EVEN fosse equilibrado entre as demais empresas (ou até mesmo com mais empresas encarteiradas) os ganhos poderiam até ser maiores (caso as demais empresas que comprei tivessem valorização), ou os ganhos mensais no total seriam pouco impactados pela queda da EVEN (se mantivesse as mesmas empresas, só que com participação semelhante na carteira).
Por isso que duas coisas são PRIMORDIAIS para quem tem pouco e pretende investir a longo prazo:
Diversificação e balanceamento de carteira.
A diversificação, quando bem feita (ou seja, comprando ações de boas empresas que tem lucros consistentes e dívida controlada, para ficar no básico) te protege contra quedas. O ideal na diversificação é além de ter várias boas empresas encarteiradas, é dividir essas empresas por setor. Comprar algumas empresas do setor elétrico, outras do setor bancário, outras do setor de varejista, outras do setor de construção, só para exemplificar. Assim sendo, uma crise que possa abater sobre um setor (como aconteceu com as elétricas no meio do ano, onde alguns papéis perderam até metade do valor) não vai ser uma porrada tão grande se você equilibrar seu patrimônio entre várias empresas boas de setores diferentes do que caso você se focasse demais em comprar elétricas, por exemplo, se tivesse aí umas 10 empresas em carteira e sendo umas 5 delas em elétricas ou uma ou duas elétricas com peso maior e mais considerável que as outras. Aliás, muita gente levou uma naba com isso em 2012 porque se focavam demais em comprar elétricas por causa de seu altos dividendos. Veio a grande queda, se desesperaram e não poucos venderam tudo o que tinham por causa do medo. Devem ter perdido uma grana boa nessa brincadeira… Agora aqueles que tinham as elétricas apenas como mais uma no seu leque de ações pouco sentiram essa porrada e provavelmente nem venderam o papel por causa da histeria. Aproveitaram é pra comprar mais e ganhar em cima dos dividendos extras e da valorização futura do papel das boas elétricas.
Sem contar também que a diversificação e o balanceamento te ajuda a reduzir seus prejuízos caso uma das boas empresas que você comprou acabe piorando no futuro. Se ela piorou, você simplesmente tira esse “galho doente” da sua árvore, engole os prejuízos (que serão poucos em relação ao seu patrimônio total, caso você tenha alocado bem os seus recursos) e compra papéis de outra boa empresa. Agora, caso você tenha colocado boa parte do teu dinheiro nesse “galho doente”, digamos uns 40, 50%, se prepara pra naba filhão.
Pode-se argumentar: “ah, mas se eu botar bastante dinheiro numa empresa que crescer muito vou ficar rico rico mais rápido, ha ha ha!” E é verdade.
Assim, como falei acima, pode perder boa parte do seu dinheiro em questão de dias. Tudo uma questão das flutuações do mercado e o desempenho da empresa no longo prazo. E será que você está preparado para aguentar dias ou até meses seguidos de queda e ver seu patrimônio diminuindo? (sempre frisando que se a empresa é boa essas flutuações de mercado são irrelevantes no longo prazo)
Nesse cenário, você está contando apenas com a sorte. E na bolsa, a sorte deve ser um dos últimos fatores que contam. Tanto pro cara que negocia ações, quanto para o investidor de longo prazo. Na bolsa, nossa meta não deve ser enriquecer rápido. Deve ser, num primeiro momento, sobreviver e criar uma base sólida, depois montar seu patrimônio aos poucos, através dos frutos do teu serviço e por fim, depois de algum tempo e de um belo patrimônio formado, receber os lucros do seu investimento bem gerido.
E diversificação aqui não se fala apenas em ações. É uma boa também pensar em diversificação investindo também no Tesouro Direto, em imóveis (caso já tenha grana pra isso) e qualquer outro investimento que você ache vantajoso (dólar, ouro, etc) Assim você pode se aproveitar dos lucros de cada opção de investimento, e não ficar correndo atrás do investimento do “momento”.
Outro conceito muito importante também é o balanceamento.
Afinal, de nada adianta também você ter lá suas 10 empresas encarteiradas se seu patrimônio nelas está dividido assim:
1 – Empresa W – 50%
2 – Empresa X – 5%
3 – Empresa Y – 6 %
4 – Empresa Z – 5 %
E por aí vai. Então, do que adianta você dividir bem seu patrimônio entre as outras 9 empresas se uma delas tem metade de todo o seu patrimônio? E se daqui uns anos os fundamentos da empresa piorarem e o valor dela cair drasticamente? Tomará um créu!
Outra coisa importante do balanceamento é não só equilibrar o patrimônio entre as empresas, mas também equilibrar entre os setores/segmentos de atuação dela. Por exemplo, pegamos que você tenha 10 empresas encarteiradas, cada uma alocada igualmente em 10% do seu patrimônio. Tudo muito bom, não? Calma…
Digamos que dessas 10, 4 delas estão alocadas em siderúrgicas, que estão passando maus bocados ultimamente. Ia ter 40% do seu patrimônio num investimento que está se mostrando não muito bom já a algum tempo. Quase como o exemplo acima.
Então, na hora que for estudar para montar a sua carteira, tem que prestar atenção nesses detalhes todos.
Pode-se perguntar: mas qual é o nº ideal de empresas em carteira? Isso não tem uma resposta certa. Isso vai de cada um. Tem gente que considera bom ter umas 15, outros 10 e outros que já preferem ter umas 5 graúdas. Questão de preferência pessoal. Eu mesmo estou operando com 14 e estou estudando mais umas 3 “micro caps” (empresas bem pequenas) e quem sabe escolher uma delas para encarteirar no futuro, para reduzir um pouco o papel do setor bancário no meu portfólio (que atualmente está alocado em mais ou menos 20% do meu patrimônio, que por sua vez está dividido entre dois bancos).
Uma última dica, uma ferramenta fenomenal para montar sua carteira e planejar como irá gerí-la é o TSDB do site do Bastter. Lá você pode entrar tanto com suas ações já compradas quanto as que você pretende comprar, estipular uma porcentagem para cada uma e acompanhar nos gráficos como anda a divisão dos seus ativos. Além do mais o sistema aponta aqueles papéis que estão abaixo ou acima da meta, ajudando a você se decidir qual ação comprar na próxima vez. Para usar esta ferramenta você terá que se cadastrar lá no site. Como eu tenho um cadastro especial por causa da corretora, não sei dizer se o cadastro simples permite acesso a tudo isso, mas eu acho que sim.
Mas é isso senhores! Dúvidas, sugestões, ideias, recomendações, não se façam de rogado e se manifestem aí. Sempre estamos abertos a aprender coisas novas!
7 comentários
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O Hugo também tem um blog, que eu sempre leio:
http://www.comoinvestirnabolsadevalores.com/blog/
Gosto dos escritos do Hugo porque ele é o único investidor bem-sucedido que se dedica a ajudar iniciantes semi-mendigos como eu. hehehehehehehe…
Recomendo a compra do e-book “Como Investir na Bolsa de Valores Com Pouco Dinheiro”, de Hugo Teixeira, onde o mesmo aborda a questão da diversificação, do position sizing, gestão de dinheiro etc.
http://www.comoinvestirnabolsadevalores.com/com-pouco-dinheiro/?pmv
Autor
Tou lendo a descrição aqui e tenho meus poréns aqui, principalmente quando ele fala “me dedicar a bolsa de valores em tempo integral…”
Isso é um bagulho perigoso e pode levar muito cara pro buraco se a pessoa não souber exatamente o que tá fazendo e não ter um emocional e reservas bons para lidar com períodos seguidos de perdas.
No mais tem uns temas bons nele, aparentemente.
O livro serve tanto para quem quer virar investidor profissional quanto para quem quer fazer position trading ou “buy and hold” sem largar o emprego.
Pode comprar que você não vai se arrepender, é um livro bem pé no chão e com várias informações importantes.
Autor
Vou ver se darei uma olhada, se bem q agora eu tou mais interessado em estudar sobre os FII’s.
O que seria FII’s?
Autor
http://www.bmfbovespa.com.br/Fundos-Listados/FundosListados.aspx?Idioma=pt-br&tipoFundo=imobiliario