Filmes para homens – Filmes históricos (1ª Parte)

Bem senhores, nos próximos dias o Canal terá um regime diferente de publicação. Como por pelo menos nos próximos 35, 40 dias eu terei um acesso irregular à internet devido a um serviço que terei que fazer num local meio isolado e com minhas posteriores férias que virão depois deste serviço, passarei a postar de forma esporádica daqui para frente até o término das minhas férias ou até pelo menos conseguir arrumar uma conexão decente com a internet.

Nas minhas navegações pela internet achei um interessante site americano de resenhas de filmes que difere dos demais em suas críticas, já que os filmes são analisados sob a ótica de como eles reforçam uma visão positiva da masculinidade e sem usar aquele papo empolado que é muito comum entre alguns críticos de cinema que se acham os mega intelectuais. Algo raro de ser ver neste mundo cada vez mais misândrico, que pintam os homens como seres de classe inferior e bestas de carga.

Como gostei muito do que eu li e concordando com muita coisa ali escrita (já que boa parte dos filmes ali resenhados eu já havia visto), resolvi fazer uma pequena série de artigos com as traduções de algumas das resenhas ali publicadas e quando eu achar necessário algum comentário meu sobre o filme. Como é bastante material, dividirei em vários artigos, começando pela parte que aborda alguns filmes históricos que merecem ser vistos. Boa leitura!

por Movies for MRA’s

Mestre dos Mares

O filme retrata uma época onde os homens que navegavam pelos mares cruzavam o planeta sem ter os benefícios de um GPS, da TV ou da anestesia, mas de alguma forma eles conseguiram, e até mesmo guerreavam entre si para decidir os destinos de suas nações neste processo.

Russel Crowe é o comandante de uma fragata da marinha real da Inglaterra, enquanto Paul Bettany é o médico do navio. Há muitas lutas, afinal estamos no meio das Guerras Napoleônicas. Mas os homens também fazem estudos científicos e contribuem para o progresso da humanidade, explorando ilhas remotas e refletindo sobre suas novas descobertas. Isto me lembra a série original do Jornada nas Estrelas, onde havia este equilíbrio entre assuntos científicos e militares.

Há uma grande cena onde um oficial do navio farreia ao redor da mesa de jantar de uma maneira que faria com que pessoas de almas mais fracas corressem aos prantos para seus terapeutas..

Assista o trailer clicando aqui.

Moby Dick (1956)

Há uma cena onde os marujos do navio Pequod entram em 4 botes, caçam um grupo de baleias que poderiam facilmente esmagá-los e numa batalha conseguem matar algumas delas. Agora, o que faz esta cena ser tão incrível são algumas coisas. Primeiro é que nela temos homens do mar caçando verdadeiros leviatãs e triunfando sobre eles. Outra coisa é que assistir tal cena nos lembra aquela parte do filme Duna, onde guerreiros cavalgavam em vermes gigantes. Com a diferença que a cena mostrada em Moby Dick acontecia na realidade!

Este é o tipo de coisa que homens fazem. Eu não falo simplesmente em matar animais imensos (e devemos ver a baleia branca aqui apenas como um símbolo). Ao contrário, eles pegam as situações mais extremas que a natureza joga contra eles e tratam tais desafios como meros afazeres do dia a dia.

Moby Dick nos mostra muitas coisas interessantes. Este filme é uma adaptação do livro de 1851 escrito por Herman Melville, sobre a obsessão de Capitão Ahab (Gregory Peck) em sua caça pela Baleia Branca. Mas também é sobre homens se unindo e completando uma missão, mesmo se isso envolve ir além de seu objetivo mais mundano (trazer o óleo de baleia) e fazer com que tal missão vire algo maior – ou infernal, dependendo do seu ponto de vista.

Entre tudo isto, temos um conflito entre Ahab e Starbuck (Leo Genn), com este último tentando manter a expedição em seu intuito original. Temos um bom debate sobre a natureza do dever, e as obrigações que temos com as pessoas que estão esperando por você em casa contra aquelas obrigações que você tem com seu grupo na missão. Nós vemos homens de todas as raças se unindo no navio Pequod, definidos pelo que eles fazem e não pelo que eles são. Todos, desde a elite dos arpoadores até o carpinteiro do navio e até mesmo o marujo de patente mais baixa tem suas funções. Isto é o trabalho em equipe no seu auge. Richard Basehart, como Ishmael, narra a estória como se fosse um eterno andarilho que sobrevive sozinho ao confronto final com a baleia branca (ironicamente ele estrelaria a série televisiva Viagem ao Fundo do Mar). Há até uma participação especial de Orson Welles.

O filme foi escrito pelo gênio da ficção científica Ray Bradbury. Eu vi ele uma vez explicando como ele escreveu o roteiro. Depois da parte inicial do filme, a estória vira um roteiro deslumbrante, onde cada cena tem um significado. Ele até mesmo adicionou algumas melhorias na estória original, algo raro num filme de Hollywood. Por exemplo, a cena final onde Ahab acena adiciona um nível de profundidade no processo, e ela se liga com uma cena anterior no porto onde o “profeta” Elisha prevê a catástrofe. No entando os homens não deveriam ser impedidos, como Starbuck declara no confronto final dizendo que eles são baleeiros e que a missão deles é caçar baleias.

Ok, no fim eles terminam quase todos mortos. Mas eles já teriam sido mortos de qualquer maneira, e desta forma eles realizaram coisas grandiosas. Melhor do que ter ficado na segurança do porto se lamentando “o que eles poderiam ter feito”.

Há outras versões de filmes feitas baseadas em Moby Dick. Há um filme de 1930 onde Ahab não apenas consegue matar a baleia branca (!) mas também volta para sua casa para poder se casar com o seu amor. Pelo amor de deus!

Também há uma versão de 1998 de um filme feito direto para a tv com Patrick Stewart (do seriado Star Trek: the Next Generation). Esta versão quase que funciona. Quase. Mas o roteiro é meio fraco, com o conflito entre Ahab e Starbuck não convencendo muito, e também temos alguns personagens sendo criados (como o trio de arpoadores misteriosos que Ahab recruta) e que não são desenvolvidos no filme. Ainda assim temos cenas muito voas, como aquela em que a tripulação do Prequod usa pólvora para poder quebrar o gelo no qual o navio estava preso. A coisa mais interessante sobre esta cena é que isto era o que homens daquela época faziam em situações como esta.

Assista o trailer clicando aqui.

Zulu

Michael Caine, Stanley Baker e uma companhia de infantaria britânica enfrentam o exército Zulu na África colonial. Este filme foi baseado num acontecimento real em 1879 durante a Guerra Zulu, na defesa de Rorke Drift, onde por volta de uma centena de soldados britânicos tiveram que defender uma base contra o ataque de milhares de guerreiros Zulus que vinham de uma vitória anterior contra um batalhão britânico. Mas o filme na verdade é um estudo onde mostram homens, independete de raça, enfrentando obstáculos impossíveis, estabelecendo uma união e triunfando.

Algo interessante é que o neto do verdadeiro rei Zulu que comandou essa guerra na época foi o conselheiro técnico do filme e recomendou o final onde os Zulus saudavam os britânicos como companheiros de guerra.

Assista o trailer clicando aqui.

A Sombra e a Escuridão

Há uma cena aqui que para mim vale pelo filme todo. Michael Douglas, interpretando o grande caçador de leões, diz a Val Kilmes, um engenheiro britânico construindo uma ferrovia em meio a África do século XIX, que ele não faria nada que pudesse causar seus homens a perderem seu respeito por ele. Ao contrário do que poderia ter virado numa competição idiota, nós temos uma cooperação entre homens. E eles precisavam de cooperação para caçar e matar os dois leões devoradores de gente do título. A Sombra e a Escuridão é baseado numa história real durante a construção de uma ponte sobre o rio Tsavo em 1898. Alguns elementos foram romantizados, mas no geral é um bom filme sobre uma tradicional atividade masculina – caçar predadores.

Revendo este filme um dia desses, eu percebo como ele fica cada vez melhor. Uma das melhores partes é uma em que simplesmente os personagens sentam ao redor de uma fogueira e conversam sobre coisas reais. Michael Douglas, que interpreta o caçador Remington, há uma força silenciosa nele e um senso de humor subestimado, contrariando sua aparência mais selvagem. Douglas interage bem com o personagem mais aristocrático de Val Kilmer. É uma relação similar que há entre os dois tenentes do filme Zulu, comunalidade entre os homens não importando sua posição. Há também um bom relacionamento entre o chefe dos africanos. São pequenos momentos como este que fazem um filme ser pró homem.

Comentário do Barão: um dos meus filmes preferidos e um daqueles que não me enjoo de ver quando passa na Globo. Nada como ver um filme de época sem frescuras mostrando homens fazendo trabalho de homem: levando o progresso para áreas remotas e caçando animais perigosos. Se ainda não viu, dê um jeito de ver o quanto antes!

Assista o trailer clicando aqui.

Continua no próximo artigo.

fonte: http://home.earthlink.net/~jamiranda/mramovies/id5.html

3 comentários

  1. Muito bom mesmo!

  2. Pena que hoje em dia esses tipos de filmes estão cada vez mais raros, vi num site que vão fazer um filme no estilo Os mercenários só que com mulheres no lugar dos homens, só pra mostrar que as mulheres são fodonas , que fiasco que vai ser.

  3. Muito bom o artigo, valeu muito a pena ter lido!

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