por Barão Kageyama
Esses dias li uma matéria que me chamou muito a atenção tanto por ser bastante inusitada e por mostrar algumas coisas muito interessantes quando o assunto é a inventividade humana: um indiano promove a melhora da saúde das indianas ao criar um absorvente que pode ser fabricado e vendido a baixo custo (em inglês).
Como todos devem saber, a Índia é um país que mesmo estando em franco processo de desenvolvimento ainda é um lugar muito pobre, onde milhões de pessoas tem condições precárias de vida. Segundo um estudo, 70% das indianas nem tem condições financeiras de comprarem absorventes, então tem que se virarem com folhas de árvores, panos sujos, jornais, o que acharem pela frente, o que pode contribuir para diversos problemas de saúde. Neste caos, entra o indiano da 1ª reportagem que passei.
Este indiano, chamado Arunachalam Muruganantham, vendo os problemas que sua esposa passava durante a menstruação e o preço absurdo dos absorventes na Índia, resolveu ele mesmo desenvolver um método para criar os absorventes a baixo custo. Como ele tinha saído da escola cedo, teve que aprender inglês sozinho para melhor pesquisar sobre o assunto. Depois de pesquisar bastante os processos de fabricação ele acabou descobrindo como eles eram feitos e tentou desenvolver um método para reproduzi-los, já que o maquinário necessário para a produção era extremamente caro. 4 anos de pesquisas e experimentos depois, ele desenvolve uma máquina simples que fabrica por uma fração do preço os absorventes. Mas aí começa o tormento dele.
Afinal, não bastava só fabricá-los. Tinha que fabricar algo que fosse confortável de se usar e que tivesse um sistema de absorção bom o suficiente para evitar inconvenientes. Ele começou a distribuir gratuitamente protótipos de seus absorventes para as mulheres da região que morava e chegou até mesmo a usa-los durante uma semana, adaptando um mecanismo que “sangrava” durante o dia, para imitar a menstruação. Também pegava os “protótipos usados” das mulheres para analisar se o sistema que ele tinha desenvolvido estava funcionando. Como sua esposa achava que este projeto era só uma desculpa para ele pular a cerca, acabou largando ele. Sua mãe, quando viu um dos cômodos da casa cheios de absorventes usados, o abandonou também pensando que ele era um maluco.
Depois de passar por tudo isso, finalmente ele desenvolve uma máquina que usa eletricidade e pedais para funcionar. A máquina desfibra a celulose que é usada como material absorvente, a comprime no seu formato final, os sela com um tipo de tecido sintético e finalmente o esteriliza com luz ultra violeta. Cada máquina pode fazer por volta de 1000 absorventes por dia, ao custo de 25 centavos de dólar por 8 unidades.
Mesmo tendo ganho muitos prêmios por isto (e fazendo com que sua esposa voltasse para ele, sem intere$$e algum por parte dela, obviamente…) ele não vende o seu produto comercialmente. “É um serviço”, ele fala. A companhia que ele criou, a Jayaashree Industries, ajuda mulheres que moram em áreas rurais a conseguirem financiamento do governo para poderem comprar a máquina que ele produz, ao custo de 2500 dólares cada. Além de promover uma melhor higiene para as mulheres, a produção dos absorventes gera uma oportunidade de negócio para regiões mais desfavorecidas da Índia. O sonho dele é fazer com que todas as indianas um dia façam do uso do absorvente algo corriqueiro. Atualmente há por volta de 600 das máquinas que ele desenvolveu espalhadas em 23 estados indianos e em outros países vizinhos.
Depois desta história bem curiosa, me veio algumas coisas em mente. A primeira, e mais óbvia delas, é a tamanha força de vontade que um homem pode ter para resolver um problema que no início parecia insolúvel. Não importando se é ridicularizado no processo. Não importando se não tem o conhecimento técnico na área e tenha que quebrar a cabeça até descobrir o jeito certo de fazer. Eles simplesmente põem a cara a tapa e fazem do mundo um lugar mais confortável. Mais homens com esta vontade criativa e coragem são necessários no mundo de hoje.
E por outro lado, temos a total apatia das mulheres e até mesmo a tentativa de sabotagem de planos criativos como este. Vendo que o projeto parecia “ridículo demais” e já desconfiando dos nobres motivos que moviam seu marido, sem se importar que tal projeto não só melhoraria a vida dela como de outras milhões de mulheres, ela não teve dúvidas em deixá-lo de lado quando a barra começa a pesar. E claro, volta pro cara depois como se nada tivesse acontecido (eu, no lugar dele, mandaria ela pro quinto dos infernos quando ela viesse querendo voltar haha)
A total apatia que falo é ver que nenhuma das mais de 350 MILHÕES de indianas (com certeza com algumas milhares delas com alguma formação superior) não teve a brilhante ideia (ou a vontade) de pelo menos desenvolver uma medida paliativa e mais higiênica do que simplesmente pegar a primeira coisa absorvente que viam pela frente, não importando se aquilo ali estava imundo. Pode-se alegar “mais ai, as muié são oprimida, num podi usar da sua mente pra desenvolvê coisas!”. Mesmo que esta “opressão” fosse isso tudo, isto ainda não é valido. Um bom exemplo que gosto de usar é dos presidiários. Afinal, quem é mais “oprimido” (merecidamente) do que eles? Não sei se já viram exposições com objetos que estes presos desenvolvem enquanto estão na cadeia. É impressionante os aparelhos razoavelmente complexos que eles criam com tão pouco, como por exemplo máquinas de tatuagem. (Mais alguns exemplos aqui.)
É muito raro você ver mulheres inventando qualquer coisa, mesmo sendo algo que serviria para facilitar a vida delas. O único caso que me vem a mente agora é só o escorredor de arroz, que foi inventado por uma brasileira em 1959 para evitar que a empregada ficasse entupindo a pia com os grãos de arroz. A quase totalidade de instrumentos domésticos simples, mas que facilitavam muito a vida das donas de casa e não precisariam de nenhum diploma em engenharia para ser desenvolvido, foram criados por homens também. Os mesmos homens do passado que “não estavam nem aí” com as mulheres. E sem contar que muitas invenções são falsamente atribuídas as mulheres só para as feminazis poderem jogar uma cortina de fumaça sobre esta verdade muito inconveniente, como já desmascarado neste artigo escrito por Paul Elam.
Refletindo sobre esta situação insólita, podemos concluir o artigo com estas sábias palavras do filósofo alemão Arthur Schopenhauer: “A mulher tem miopia intelectual, seu horizonte é muito pequeno. [Ela] não está destinada aos grandes trabalhos intelectuais, [porque] Não vê além do que está diante dos olhos, fixa-se apenas no presente, toma as aparências por realidade e prefere as frivolidades às coisas mais importantes.” E também podemos ver como a busca da igualdade através da “liberação feminina” é uma fraude, sendo na verdade um capricho de políticos oportunistas que forçam, por meio de políticas públicas “afirmativas”, mulheres a tomarem a vaga de homens em cursos que permitam a formação de futuros inventores, bem como em empregos diversos, como já acontece pelo mundo e que não tardará a vir parar aqui no Brasil. Não é de se estranhar que são justamente os países mais avançados no feminismo, que hoje sofrem os efeitos da grande crise financeira atual.
5 comentários
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Excelente artigo.
é quase um crime dizer que o homem é mais inteligente que a mulher, mas o contrário não há problema. Eu não posso afirmar que o homem seja mais inteligente, mas posso afirmar da sua capacidade incrível de criar coisas. Estou aguardando desde criança as mulheres começarem a inventar coisas grandiosas.
Por que é quase um crime ?
O mais legal é que milhões de mulheres sofrem por isso…e teve que um homem resolver esse problema.
Mas essa talves seja a principa; diferenca entre o homem e a mulher:a criatividade.