A ficção científica é uma forma de ficção tradicionalmente masculina. Muito mais homens do que mulheres se interessam em ler e/ou assitir coisas relacionadas a ficção científica. Não há nada demais aí. Afinal, a ficção científica tradicionamente mostram homens fazendo coisas, inventando novas tecnologias, explorando novos mundos, fazendo novas descobertas científicas, terraformando planetas, etc. Muitos homens que trabalham na área da ciência, engenharia e tecnologia afirmam que a ficção científica (como a série original do Jornada nas Estrelas) foi o que motivou eles na infância a seguir carreira nestes campos.
A geração atual de garotos não terá esta inspiração da ficção científica, pelo menos não as que estão sendo exibidas nos cinemas e na tv. Isto porque há uma guerra não declarada contra a verdadeira ficção científica na TV e nos filmes. O antigo canal Sci-Fi , hoje chamado de “Syfy”, é um bom exemplo do que está acontecendo. Em 1998 Bonnie Hammer entrou no comando do canal Sci-Fi e declarou que precisava de “mais audiência feminina”. Nos anos seguintes, o canal Sci-Fi se tornou cada vez mais feminilizado, perdendo muitos de seus tradicionais fãs masculinos na tentativa de atrair mais fãs do sexo feminino. Isto incluiu criar logotipos “mais quentes e mais humanos”, porque os antigos logotipos eram “muito masculinos e frios”. A maior mudança sentida é a feminização da programação do canal Sci-Fi. A nova versão do seriado Battlestar Galactica (ou Galactica, Astronave de Combate no Brasil) é um bom exemplo (muitos de vocês podem não saber, mas a série original é da década 1970). Mesmo com a série original tendo lá seus problemas, ainda era o formato original com homens fazendo e realizando coisas. O novo seriado, ao contrário, virou uma novelinha cheia de dramas amorosos e com homens fracotes que geralmente são incapazes de fazer algo que preste. A nova Battlestar Galactica é tão feminizado que um dos personagens principais da antiga série (que era um homem), foi trocado por uma mulher. Quando Bonnie Hammer ouviu sobre isto, ela deu um soco no ar e gritou “Sim!” Há muito mais que pode ser dito sobre isto que encheria páginas e mais páginas, então peço que todos leiam este artigo que Dick Benedict, o original e o único Tenente Starbuck, chamado “Tenente Starbuck… pedido na castração”. É um exelente artigo.
A feminização do canal Sci-Fi não está se limitando ao Battlestar Galactica. A cada dia que passa há mais fantasia do que ficção científica porque as mulheres preferem o sobrenatural e o paranormal. Roteiros estão sendo reescritos para ter “mais romances” (mais drama) e menos “batalhas espaciais”. O remake do Flash Gordon feito pela Sci-Fi revelou-se um fiasco porque perdeu a maioria dos seus telespectadores logo no seu primeiro episódio, porque quase nada de ficção científica tinha no seriado. O canal Sci-Fi até mudou seu nome para “Syfy”. Quando o assunto são marcas consagradas, esta troca de nome representa a morte do canal Sci-Fi. Na temporada de 2009 3 personagens gays foram adicionados em alguns seriados da Syfy, onde um deles fará parte de um “casamento comunal” com “casais heteros e homossexuais”. Isto se traduz em menos programas que mostram homens fazendo as coisas acontecerem e mais e mais novelinhas, o que inevitavelmente fará com que mais homens passem longe deste canal.
As coisas ainda são piores na Grã Bretanha. Alguns anos atrás, o antigo seriado Doctor Who foi ressucitado. O homem que trouxe o seriado de volta à vida foi Russel T. Davies, um gay que inventou de por um personagem chamado “Capitão jack”, que veio do século 51 e é “omnisexual” . É, omnisexual… Ele não se contenta apenas em ser bissexual, mas também gosta de transar com espécies não humanas. Se você ver entrevistas com Davies e os roteiristas da série eles abertamente usam o termo “omnisexual” para descrever o Capitão Jack. Davies chega até mesmo a afirmar que até o século 51 todos seremos “omnisexuais”. Davies tinha mais planos como esse para o Doctor Who, mas eles eram tão malucos e vexaminosos que até mesmo os “progressistas” da BBC resolveram dar um basta nisso (isso porque o Doctor Who tem a tradição de ser um seriado “família”). Mas é claro, para compensar a BBC deu a Davies outro programa chamado “Torchwood”, o que é basicamente um “fanfiction gay” na tv (fanfiction gay são estórias escritas geralmente por mulheres fãs de algum seriado de ficção científica que colocam os personagens principais mantendo um relacionamento sexual. A primeira estória do gênero que se tem notícia foi feita por uma fã de Jornadas nas Estrelas que mostrava um relacionamento homossexual entre o Capitão Kirk e Spock). Vendo isto vindo da BBC, não é de se surpreender com todo esse nonsense que aliena os homens em benefício das mulheres.
Marvin Minsky lidera pesquisas sobre inteligência artificial no MIT. Ele tem muito o que dizer sobre ficção científica. Minsky disse “a ficção comum geralmente mostra sobre como pessoas entram em problemas e se ferram com isso. A Ficção cinetífica é sobre todo o resto.” e “além da ficção cientíica, acho entediante ler estórias convencionais. É tudo tão repetitivo.” Mesmo com ele se referindo a literatura, isto também pode ser estendido a tv e aos filmes no geral. O que acontece é que a ficção científica na tv ficou, na maior parte dos casos, indistinguível dos outros seriados na tv, que são escritos para as mulheres e recheado de draminhas e namoricos. Há romances juvenis acontecendo no espaço nessas séries, mas como Minsky bem disse, isto não é mais ficção científica, e homens não estão nem aí para namoricos no espaço.
É importante notar também que Minsky estava respondendo uma pergunta sobre como a ficção cientifica influenciou suas pesquisas sobre inteligência artificial. Como sabemos, a ficção científica inspirou inúmeros garotos a seguirem carreiras científicas. Com as mulheres matando a ficção científica na tv, nossa geração atual de garotos terão um incentivo valioso a menos para serem motivados a trabalhar nestes campos. Ainda há muita literatura sobre ficção científica verdadeira, então nem tudo está perdido. Entretanto muitos jovens que poderiam fazer descobertas científicas importantes e inventar novas tecnologias não as farão porque não foram inspirados a fazê-las quando garotos.
fonte: http://www.the-spearhead.com/2009/10/09/the-war-on-science-fiction-and-marvin-minsky/
4 comentários
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Eu leio e vejo FC desde os 10 anos e sempre amei esse entretenimento do futuro, nunca deixando de assistir séries e similares mais underground ( procure Red Dwarf… ) e jamais quero ver morrer essa vertente básica da literatura que prezo. Evitar clihês é a melhor onda, desde que a liberdade de expressar ali seja livre, perene e mutável – e a FC, de certo modo, é assim mesmo. Já beiro os 52 anos e ainda adoro a literatura correlata, do tipo que seja ou como vier da mídia tanto passada quanta as novas…ainda sinto aquele primeiro contato que sempre me arrepia com os livros de FC do Júlio Verne! Não vejo como não colocar outros relevantes fatos na FC, esquecendo claro essa história de escapismos ou do politicamente correto! Se pudesse eu escorreria tinta sobre TUDO que sei após ler milhares de autores e vivenciar trocentas histórias…SIMON DIZ!!!
Triste ver um gênero tão diverso, interessante e divertido se perder em meio à novelinhas, briguinhas e fantasias idiotas (claro, traduzindo em fantasias femininas absurdas de relacionamentos gays).
Nada contra a VERDADEIRA fantasia ou ficção (não essa merda de hoje), mas ela perde feio para a FC. FC é de longe o mais fantástico, sagaz, inteligente e proveitoso dos gêneros de narração. Todo o resto é bobagem perto da verdadeira FC.
E sabe por quê? A FC tem compromisso com a realidade, e mesmo sendo algo improvável é sempre plausível, além de ser um bom showcase de tecnologias já existentes, ou que vão existir. Tudo isso misturado a um bom grau de ciência de primeira.
E eles estão preocupados em fazer as coisas acontecerem, em resolver problemas, muitas vezes problemas reais da humanidade. Não ficar de briguinha, mimimi e romancinho. E pensar que a TV hoje tá recheado de reality-show, novela e futebosta. Ai que puta pé no saco!
Infelizmente, o novinho que for assistir televisão hoje em dia vai crescer como um idiota retardado. Lamentável, trocar uma aspiração à profissão por uma perda de tempo basicamente feminina…
Sou escritor de Ficção Científica, e, que eu saiba o primeiro a fazer uma Filosofia da FC neste país.
Até nem me importo muito com alguma feminilização das histórias de FC, e tentativas de atrair o público feminino, pois isso pode até mesmo aperfeiçoar um gênero que, no universo televisivo, tem o mau hábito de ser extremamente redundante. Muito diferente do riquíssimo universo literário.
Mas penso que esse texto ajude a explicar a estagnação na criatividade tecnológica dos autores, que parecem incapazes de criar conceitos realmente inovadores, e muito menos de rever os erros clássicos. A exemplo das absurdas Batalhas Espaciais.
Babylon 5, para mim a melhor série de FC que já existiu, me deu alguma esperança de que o gênero estava iniciando uma renovação, com conceitos revolucionários e um cuidado com as concepções técnica e cultural inéditas. Mas infelizmente, as séries posteriores retornaram à mesmice de sempre.
Acho que essa prevalência feminina na produção de FC de fato minou a chance do gênero em se aperfeiçoar e abandonar padrões improváveis clássicos, como a Gravidade Artificial inexplicável ou as logicamente absurdas Viagens no Tempo, uma vez que, de fato, a Fantasia começou a prevalecer sobre a FC.
Com isso, é provável que jamais a FC televisiva, bem como a cinematográfica, consiga se aproximar da ousadia, diversidade, complexidade e coerência da FC literária.
Marcus Valerio XR
xr.pro.br – Filosofia e Ficção Científica
cara, isso me faz lembrar que no nosso ensino médio nos ensinam sobre escritores falando que “em sua terra tem palmeiras onde canta o sabiá”. Eu odeio a idéia de ter que ler bobagens como essa, o que eu tenho com o diabo da palmeira e do sabiá?