A Formação de Conhecimento de um Realista

por Diomedes

“Absorva o que é útil, rejeite o que é inútil, adicione o que é especificamente seu.” (Bruce Lee)

É fácil que um Aspirante se veja perdido diante de algumas idéias e abordagens dentro do Realismo que tem aparente conflito, mas esta é uma confusão que, quando a citação é entendida, é desfeita, e tem em si, o caminho para que o Discípulo possa se tornar um dia, Mestre.

Todo o conhecimento de um Realista amadurecido, Confrades, é feito dos seguintes componentes: os consensos gerais com os quais ele concorda; os consensos gerais dos quais ele discorda, mas segue até ter como refutar; as experiências de outros Realistas que ele considerou esclarecedoras, e as experiências que ele mesmo acumulou.

Nenhum de nós, cujos passos vocês procuram seguir, e neles se inspirar, foi construído com uma forma imóvel e estanque. Tomamos do Realismo sua essência (os consensos gerais) e deixamos que ele nos preenchesse conforme nossa própria natureza, sem a alterar (as experiências). Como mesmo dentre nós, há experiências positivas e negativas, é importante que o Aspirante saiba identificar aquilo que um pretenso Mestre ensina, mas está manchado pelos sentimentos dele, e aquilo que é transmitido de forma lógica e tranquila. Isto é o que diferencia uma má, de uma boa experiência.

Ainda sim, como somos todos nós diferentes, apesar de preenchidos pela mesma essência, temos experiências que mesmo válidas e positivas, poderão lhes servir ou não, sem que isso as torne erradas. O relato de um casamento de um Confrade casado, de nada servirá para aquele que deseja seguir sua vida como solteiro. Um relato sobre técnicas de flerte e sedução, não tem serventia para um chefe de uma família consolidada. Uma reflexão sobre o custo do sexo, de forma geral, não interessará (diretamente) para aquele que estuda qual seria o melhor carro para adquirir. Dicas para a divisão de treino para musculação, não servem para nada, para um jogador de futebol que precise aprimorar seu senso tático e visão de jogo. Dessa forma, você descarta o que alguns de nós ensinam, por simplesmente não ter aplicação na sua vida, não por uma rejeição emotiva e pueril.

Mas os consensos e a experiência dos Antigos, não são tudo o que você precisará no Caminho. Ouso dizer que aquilo que os Titãs do Realismo nos deixaram, é apenas a ponta do iceberg. A maior parte do seu conhecimento, será aquele que **você mesmo** irá construir. Ao tomar a base que nós lhe demos, você partirá para o único campo de onde você não pode fugir da Verdade: a Vida. Você tentará aplicar os consensos, tentará contrariar os consensos, tentará aplicar as experiências, e em algumas dessas experiências, vai fazer adaptações e pequenas mudanças – essa última, a parte mais importante de todas.

Alguns desses testes, em relação as experiências, lhe trarão derrotas magistrais, e outras, resultados excelentes. Mas estes só chegam para aqueles que não se conformam com as respostas prontas que recebem, e tem a coragem de acertar e errar, para buscar suas próprias respostas. Notem que não recomendei que os consensos gerais fossem contrariados – a chance de você ter sucesso é mínima, quase inexistente, e se isso ocorrer, você pode ter sido um benefício apenas temporário, com um enorme custo futuro.

Todos nós que estamos aqui, dedicando há anos, tempo e paciência com vocês, seguimos esse mesmo caminho que desejamos para vocês. Tomem a Base de nós, colham de nossas experiências o que for necessário para vocês, e acima de qualquer coisa, formem sua própria sabedoria, abram suas próprias trilhas, encontrem suas próprias respostas.

Cada nova geração de Realistas se tornou maior que a anterior, por conta desses expoentes que não se conformaram com o que demos a eles, e quiseram mais. Faço votos que muitos dentre vocês tenham essa sede de aprender, essa vontade de aplicar, e essa necessidade de não se conformar.

Força e Honra.

FONTE

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