Filmes para homens – Filmes contemporâneos – Parte 2

Prosseguindo com a série de artigos sobre filmes que passam uma visão positiva sobre o homem, desta vez a série se foca mais em assuntos um pouco mais contemporâneos.

Como é bastante material, dividirei em vários artigos, para facilitar a leitura. Afinal, ler uma parede de texto ninguém merece hehe.

Esta é a parte 2 da série. Caso não leu a primeira parte, clique aqui.

Mas é isso, espero que gostem desta série e que sirva para lhe dar sugestões de filmes interessantes para se ver. Eu mesmo já peguei alguns desta lista para assistir e gostei bastante. Então prepare a pipoca e boa leitura!

por Movies for MRA’s

O dia do Chacal

Eu tenho que admitir que na metade deste filme eu quase que parei de assistí-lo, por razões que explico mais para frente. Mas continuei a ver e tenho que admitir, O dia do Chacal é um filme realmente feito para homens, ou melhor dizendo, para o homem independente. E o homem é o “Chacal” do título, interpretado por Edward Fox. A estória é baseada levemente na realidade. A OAS, uma organização direitista francesa, tentou assassinar o presidente DeGaulle em 1962 por causa de sua liberação da colônia argelina do domínio francês. No filme, a OAS contrata o Chacal para tentar uma segunda vez e desta vez eles não podem falhar. E logo de cara já sabemos porque com Chacal será diferente, que ele afirma que o problema da OAS é que eles estão infestados de emocionalismos femininos. De qualquer forma, ele aceita o serviço, seja pelo dinheiro ou pelo desafio profissional, ou talvez porque ele não gostava das políticas de DeGaulle.

Boa parte do filme é focado nos processos realizados para se executar um assassinato deste porte. A primeira metade do filme mostra Chacal criando diversas identidades falsas e comprando o equipamento que ele precisa para realizar o serviço. A segunda parte mostra ele se preparando para a missão, com esquemas elaborados que realmente nos parecem lógicos e razoáveis. Quando a OAS o avisa que o serviço de segurança francês descobriu os planos, o Chacal é confiante o suficiente em suas habilidades para prosseguir com a missão, de forma desapegada. E aí vem a parte que quase me fez desistir do filme. Ele se envolve com uma mulher (putz!). E parece apaixonado. O mais velho clichê dos filmes, certo? Mas calma aí. O Chacal simplesmente estava a usando para poder criar uma base segura para ele. Ele se livra desse relacionamento rapidamente assim que ela não é mais necessária. Isto contrasta com o ministro francês no filme que se permitiu seduzir por uma agente da OAS, o que comprometeu a caça ao Chacal.

O Chacal prossegue com a missão, chega em Paris, prepara o assassinato, puxa o gatilho e… e bem, todos sabemos que DeGaulle nunca levou esse tiro, mas sabemos que num universo alternativo ele poderia muito bem ser morto por uma simples mudança de protocolo. O ponto crítico é que o Chacal se manteve fiel a si mesmo. E ele fez isso atrávez de sua qualidade masculina de manter as emoções sob o controle da razão.

Digno de nota é o personagem de Michel Lonsdale, o Comissário Lebel, um detetive que rastreia o suspeito usando métodos tradicionais, efetivos e mais pé no chão de investigação ao contrário dos métodos de polícia secreta que o serviço de segurança francês utiliza.

Clique aqui para ver o trailer.

Comentário do Barão: para quem curte mangás, um que eu recomendo e que segue um estilo parecido a este filme é o Golgo 13. A história foca no assassino japonês Duke Togo, um homem semelhante ao Chacal: altamente desapegado e focado ao máximo em sua missão. No quesito amoroso, a única “tática” de sedução dele é somente jogar o olhar fatal dele na mulher e já sair arrastando, sem perder tempo com conversas. E claro, as (poucas) que aparecem na história sempre ficam caidinhas por ele hehe

Este mangá foi lançado tempos atrás pela JBC, se não me engano, e até comprei as 3 edições que lançaram. Uma pena que a editora não se interessou em continuar a publicação, que seria muito bom para contrabalancear esses mangás altamente boiolas que temos hoje no mercado editorial brasileiro.

Os Eleitos – Onde o Futuro Começa (The Right Stuff)

O filme não se foca tanto no nascimento do programa espacial americano pois é uma versão para cinema do livro de Tom Wolfe “The Right Stuff”. Isto é algo importante de se frisar já que o filme pega muito do estilo do livro, especialmente na hora de mostrar os processos seletivos absurdos da NASA e posterior louvação dos astronautas do projeto Mercury – afinal eles eram os campeões americanos que entrariam em orbita para combater os cosmonautas comunistas, pelo menos como Tom Wolfe diz em seu livro.

Eu tenho algumas ressalvas históricas contra este filme: ele mostra conflitos entre os astronautas da Mercury e a administração da NASA, algo que não exisitiu já que na realidade eles trabalhavam muito bem em conjunto (e tal fato é relatado no livro). E como o filme coloca a figura de Lyndon  Johnson é uma das piores caricaturas de um personagem histórico que já vi.

O que faz este filme funcionar nem é tanto o oba oba em cima dos astronautas, mas a trama paralela envolvendo os desconhecidos pilotos de teste dos aviões a jato na base aérea de Edwards. Nós os vemos quebrando a barreira do som sozinhos e sem nenhum reconhecimento público por isto, nem mesmo na forma de compensação financeira. Em um momento Chuck Yeager (Sam Shepard) menciona que ele mal ganha US$ 200 ao mês por este serviço. Sendo os pioneiros nos vôos a jato, tais pilotos lançaram muito das bases da aviação moderna e não raro tudo o que eles ganhavam era apenas uma cova rasa no deserto. Mas mesmo assim eles sempre estava dispostos a continuar a rasgar os céus com seus aviões a jato.

Este filme tem algumas grandes cenas, notavelmente mais ao fim onde Yeager sobrevive a uma aterrissagem forçada com um F-104. Ele sai andando dali tanto com o seu corpo e sua alma intactos.

Clique aqui para ver o trailer.

Apollo 13

O programa espacial americano uma década depois de botar os astronautas na Lua já tinha perdido bastante do seu encanto e já não chamava tanta atenção assim. Neste filme, Tom Hanks lidera o trio de astronautas de Jim Lovell, Fred Haise (Bill Paxton) e Jack Swigert (Kevin Bacon) na fatídica missão Apollo 13 que sofreu uma pane durante o vôo que ameaçou deixar a tripulação da nave à deriva no espaço.

Os homens, tanto na espaçonave quanto em terra, conseguiram trazer a Apollo 13 de volta para a casa usando a razão, o método científico e o trabalho em equipe, enquanto mantinham a calma perante a crise. Todos contribuiam, desde o nível mais baixo até o mais alto. Uma das cenas mais interessantes é a qual o pessoal da NASA teve que bolar um purificador de CO2 com os itens presentes na nave, um verdadeiro monumento a inventividade em uma era em que a mémoria do computador ainda se media em “kbytes”.

Ed Harris, que interpreta John Glenn no filme “Os Eleitos – Onde o Futuro Começa”, retorna como o chefe da missão da NASA Gene Kranz, qual mote era “A falha não é uma opção”. Na verdade Kranz não disse bem isso. A história é que os roteiristas, quando entrevistaram os membros de controle da missão, perguntaram “Não havia momentos em que todos, ou pelo menos alguns, não entravam em pânico?” A resposta era “Não, quando problemas acontecem, nós calmamente consideramos todas as opções, e a falha não era uma delas.” Nunca entrávamos em pânico, e nunca desistíamos de achar uma solução.”

Ou seja, ali não havia espaço para emocionalismos baratos ou vitimismos histéricos para atrapalhar os valores masculinos da racionalidade. Antes da missão acontecer, o astronauta Ken Mattingly (Gary Sinise) foi retirado da missão porque ele podia ter sido exposto ao sarampo. Quando a crise acontece, ele pula no simulador da Apollo e tenta criar soluções. Isto é trabalho em equipe e iniciativa individual, e diz muito sobre o que o homem pode fazer.

Clique aqui para ver o trailer.

Os Cães de Guerra

Christophen Walken lidera um time de mercenários pagos para derrubar um ditador africano. O que faz com que Cães de Guerra se destaque dos demais filmes de ação é sua exposição crua das operações especiais. Não há espaço para heroísmos malucos aqui. Ao contrário, nós temos todos os aspectos mundanos da guerra moderna: o reconhecimento, as negociações ilegais de armas, os corpos destruidos. O filme tem um nível de brutalidade casual que pode chocar aqueles acostumados com a matança antiseptica dos filmes do Rambo: algumas cenas de tortura não são nada agradáveis, mas são retratadas como parte do sombrio negócio dos mercenários.

Walken subestima seu papel como um soldado que está vivo apenas quando uma missão dá a ela uma razão de lutar, e ele termina o serviço, não importando quão sujo ele seja. O “herói relutante” que já virou clichê nos filmes. Entre outras coisas, nós vemos a amizade silenciosa que se forma entre Walken e um prisioneiro político africano que salva sua vida na cadeia, homens trabalhando juntos.

Há uma amarga ironia com as duas mulheres que fazem parte da vida de Walken no filme, uma branca e outra negra, ambas o abandonam, então não temos finaizinhos felizes aqui, ainda bem. O olhar entre Walken e sua talvez futura namorada africana quando ele descobre que ela erauma amante do ditador diz muito sobre como tantas mulheres preferem ir ao encontro do poder ao custo do amor verdadeiro.

O filme tem boas frases de efeito. Quando os mercenários se encontram na frente do ataque ao quartel do ditador, um deles pergunta: “O que aconteceu com o fogo de apoio e a retaguarda?”

Clique aqui para ver o trailer.

Comentário do Barão: este filme é baseado num livro de Frederick Forsyth, o mesmo autor de “O Dia do Chacal”. Tive o prazer de ver tanto o filme quanto o livro do Cães de Guerra, e mesmo considerando o filme muito bom eu ainda prefiro o livro. O livro consegue explicar com mais detalhes as negociações ilegais de armas e toda a logística envolvida para executar o ataque de uma forma que não fica enfadonha, além de outras subtramas que explicam melhor as motivações por trás da missão. O personagem principal do livro, além de na minha opinião ser mais frio que o seu congênere do filme, ainda protagoniza um “romance” muito interessante com a filha do seu contratante, somente para obter mais vantagens para a sua missão. O fim, que também é diferente no livro eu considero melhor é mais supreendente porém é mais trágico, mas ao mesmo tempo mostrando como o personagem principal valoriza sua liberdade até o fim. Recomendo comprar ambos, não vão se arrepender. O livro no Estante Virtual não deve custar mais que 20 reais, com frete incluso.

Continua no próximo artigo.

fonte: http://home.earthlink.net/~jamiranda/mramovies/id9.html

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.