Traumatizados pela “guerra”

por Awaken

Olhares vazios, não reação a emoções, desconfiança de qualquer coisa como uma ameaça: As vezes, quando vivemos uma situação de trauma ou stress profundos, entramos em um estado pós traumático. Nas primeira e segunda guerra vimos diversos soldados sofrerem esse pós trauma de guerra, e é o que muitos realistas sofrem hoje e o assunto geral do meu texto.

Há hoje no movimento realista muitos membros traumatizados pelas feridas causadas por relacionamentos, por decepções, por fracassos, alguns tentam se esconder atrás dessas filosofias de que “a mulher não esquece um trauma do primeiro namorado”, chegam quase a filosofar sobre footprint feminino, mas se esquecem completamente que estão a mercê da mesma condição. (Por serem seres humanos)

Há aqui pessoas que vivem uma “guerra” diária, um “conflito” diário, em si mesmos, e sim, todas essas guerras são meramente imaginárias simplesmente pelo motivo que tais “guerras” não existem mais. (por isso as aspas)

São traumatizados pelo choque que levaram ao descobrir qualquer realidade ao qual tornou sua própria vida insignificante, assim como em uma guerra, e que os levam a ainda viverem lutando eternamente contra fantasmas, inimigos imaginários, personagens que os levam a ficar presos nesse trauma para o resto da vida.

Como já diz a palavra do sábio, é melhor tirar primeiro a trave do teu olho antes de apontar uma poeira no olho do próximo.

A primeira coisa, e um passo bom para se tornar um realista completo é livrar-se dos traumas do passado e parar de viver uma guerra contra aquele que você não é mais.

A guerra acabou, você não é mais um soldado acuado em meio a tiros, bombas e mortos, assuma isso para sua vida.
Livre-se dos seus traumas e pare de viver por eles.

Viva em paz com seu passado: Muitos realistas acham que por terem virado realistas são automaticamente “santificados” só porque foram mudados racionalmente por livros, mas se enganam porque a santificação não é um estado, é um processo.

Aquele que fazia besteira antigamente, não faça mais, aquele que errava, não erre…

Esse é o passo fundamental para você começar a trabalhar uma situação inversa ao pós traumático.

Aquele que se deu mal em um relacionamento, por exemplo, batalhe, não para vencer todos os relacionamentos, mas para que o seu não cometa os mesmos erros do anterior. Não fique tentando “pegar a espertinha no pulo”, “desmascarar a traição que eu sei que ela está escondendo”, “arrancar uma confissão sobre hipergamia”, pois essas coisas são nada mais, nada menos do que viver uma “guerra invisível”. E as vezes vivendo uma guerra imaginária você machuca aqueles que não participam dela.

Entenda, o realismo não é um mundo paralelo em que você vive uma guerra particular contra o mundo cruel e sujo e você é o último samurai que vai desmascarar todas as “vadias”, ser um cara bem sucedido e “diferente”, admirável, só para que você se sinta “vencedor sobre o mundo”, “o conquistador”, “o macho alfa da bola azul”, “venci a guerra”.

A coisa que você deve vencer é seus próprios traumas, se entregar que tais coisas foram reais e fazer o possível para que elas não aconteçam novamente, pois se acontecerem novamente, você vai estar mais lúcido e o trauma não irá te afetar.

Outra coisa é: Assumir que não importa o que você faça, a “guerra” nunca deixará de ter sido “guerra”, mas a paz que você vai cultivar adiante é superior. Não haveria a calmaria se não houvesse a tempestade para medirmos o que é bom e o que é ruim, então, agora que você sabe que existem momentos bons e ruins, conviva com isso, aprenda a superar a derrota, o fracasso e siga em frente, em meio a “guerras” e paz.

O mais importante: Se você tentar viver a guerra para o resto da sua vida, você só vai colher mais conflitos, assim como o inverso também, então prefira sempre cultivar aquilo que não te traga mais “guerras”, o realista a todo momento deve ser pacífico, até mesmo quando luta pela paz, diante da sobra de guerra.

ptsd

2 comentários

  1. Execelente texto.

  2. Que baita texto, simplesmente muito construtivo e esclarecedor pois nas nossas andanças perdemos um pouco o foco, ao ler este texto pude me questionar, tentar me enxergar fora da caixa e ver como estava errando novamente, abraço.

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