O suave colapso grego

por Shedding of the Ego

O colapso econômico grego pode ser algo que aparentemente não nos interessa tanto, mas é um presságio para todos os países ocidentais que inevitavelmente terão destino semelhante, já que as políticas que eram implantadas na Grécia basicamente são usadas em quase todo o mundo ocidental. Assim como o problema das comunidades negras são mais pronunciados por seu pequeno tamanho, e mesmo assim tais problemas se alastram em outras comunidades; os problemas econômicos da Grécia são mais pronunciados dado seu tamanho relativo, e também estão se espalhando para outros países.

Então, o que aconteceu com a Grécia, antes de tudo? Lá é o berço da civilização ocidental, a terra de Leônidas e seus Espartanos. Como um império virou uma piada decrépita, com uma economia menor que a cidade de Dallas, no Texas? A resposta é só uma: o estado de bem estar social, ou se você preferir: socialismo.

Porém, se você examina a implementação e execução das políticas de bem estar social, os beneficiários principais são mulheres, e os principais contribuintes (os pagadores de imposto) são homens. Assim, se as palavras “socialismo” e “bem estar social” são tão específicas, como o ginocentrismo, o feminismo ou simplesmente “mulher” desperta nossa atenção?

Mesmo que o socialismo favoreça principalmente elas, foi uma mulher, Margaret Thatcher, que cunhou a frase “O problema com o socialismo é que um dia o dinheiro dos outros acaba”. E é exatamente isto o que aconteceu na Grécia. Eles deram ouvidos aos seus eleitores que demandavam benefícios nababescos, mas que se recusavam a pagar por eles. Eles queriam ter tudo sem ter nenhum ônus por isto, mentalidade essa essencialmente feminina. Assim que o país começou a desabar e teve que implementar cortes de gastos e aumentar os impostos, os eleitores responderam trocando seus líderes por um novo partido que prometia manter o dinheiro jorrando e acabar com os cortes nos benefícios.

Algo engraçado sobre a natureza é que você não pode superá-la usando-se das leis criadas pelos governos. Todas as leis feministas do mundo jamais irão fazer com que uma mulher se iguale biologicamente a um homem, e o governo não pode criar riqueza do nada, não importando qual seja o desejo de seus eleitores. O governo se quiser pode muito bem impor uma lei banindo a gravidade, e ficar lá esperando que todos comecem a flutuar por aí como se estivessem no espaço. O governo se quiser pode muito bem sair imprimindo dinheiro, mas isso simplesmente causará inflação, já que simplesmente imprimir dinheiro não irá fazer com que o número de produtos e serviços disponíveis aumente, e não servirá para nada mais além do que aumentar os preços.

Tendo que escolher entre seguir os desejos do povo e o colapso econômico, os líderes gregos (que foram eleitos para continuar com a farra) tiveram que fazer um acordo com a União Européia para manter as medidas de austeridade, e até mesmo privatizar antigos bancos estatais. Os gregos estão furiosos e se estão se rebelando por isto. Entretanto, o governo grego agora será forçado a se submeter às leis econômicas, e os eleitores que se lasquem. Este é o fim da democracia justamente em seu berço, e isto aconteceu por culpa do socialismo.

A Grécia acabou como país soberano, pelo menos pelos próximos anos. Será só um mero estado-cliente, que responderá aos seus mestres alemães e da União Européia. Caso se recusem a se ajoelhar perante a UE, serão forçados a aceitarem termos mais desfavoráveis da Rússia, praticamente trocando seu mestre por outro. Não há um cenário aonde o atual estado populista sobrevive, e sem o poder do estado distributivista e da democracia, que poder as mulheres gregas efetivamente tem? Elas podem muito bem votar num governo composto inteiramente por feministas, mas elas ainda terão que escolher entre a submissão ou a morte, ou neste caso, a austeridade e o colapso.

Isso eu chamaria de “colapso suave”. Como já discuti anteriormente em outras ocasiões, o ginocentrismo e o feminismo eventualmente levam uma nação à ruína econômica. Na Roma Antiga, o colapso foi abrupto e terminou com o saque de Roma pelos Visigodos no ano 410. Com o mundo ficando mais civilizado, os países raramente invadem uns aos outros, mas tentam estabelecer estados cliente, porque isto mantém a fachada democrática enquanto o estado que está no comando controla seu estado cliente sem precisar de dominá-lo por vias militares, mas sim pelas dívidas e pela austeridade. Sob este sistema, a democracia não passa de uma piada, já que os eleitores serão solenemente ignorados por qualquer político que tenha que escolher entre a derrota eleitoral e a dissolução econômica.

Com a Grécia sendo forçada (não sem protestar, é óbvio) a cancelar seus programas sociais e aprender a viver com o que tem, será bem interessante observar como isto afetará o ginocentrismo e o feminismo local.

Uma blogueira feminista grega que ensina “teoria feminista” na Universidade de Creta escreve que as universidades se tornaram uma “lixeira pública” e que elas deveriam desviar seus fundos de preservação de benefícios para ser realocados em infraestrutura. De novo, não temos aqui uma simples feminista, mas uma professora feminista que ensina “teoria feminista”, sem dúvida membro da casta que lidera o feminismo local, pedindo reformas estruturais porque ela está presenciando o país colapsar sob seus pés.

O feminismo só pode existir e ser mantido num estado de abundância econômica, onde a mulher se sente segura o suficiente para fazer demandas em cima dos homens e se imporem. Com tais condições se deteriorando o feminismo desaparece, mas não se engane, pois a natureza feminina ainda estará lá. Enquanto podemos ver um ressurgimento do respeito pelo homem e pela masculinidade já que muito trabalho deve ser feito, os homens da Grécia devem ficar ligados e terem em mente que tal respeito é passageiro, e irá acabar assim que o trabalho acabar e sua masculinidade não for mais necessária.

Enquanto o atual colapso suave provavelmente não trará de volta o patriarcado, vale observar que a Grécia não é o fim, mas sim um começo. O que se iniciou na Grécia irá se espalhar pela Europa e pelo restante do Ocidente. Entretanto, como a Grécia, tais países serão incapazes de reformar suas leis de bem estar social que os arrastam para o colapso porque as mulheres jamais permitirão algo assim.

Porém, quando tais países socialistas ficam sem o dinheiro roubado do homem e são forçados a aceitarem os termos que os países que os emprestam dinheiro os impõem, tal cenário é bem semelhante a queda de Roma em 410 pelas mãos dos Visigodos. Uma das razões pelas quais a China está numa posição estratégica para capitalizar em cima disto é que eles não toleram o feminismo, e mesmo tendo um estado distributivista, ele é focado para aqueles que produzem (trabalhadores, ou seja, os homens) e não para toda a sociedade (ou seja, as mulheres).

A China ostenta um governo comunista, um estado de bem estar social mais amplo e uma posição mais respeitosa perante o feminismo do que o Ocidente. Mas na verdade a China é mais capitalista que os EUA, e abandonou a economia comunista em 1994, pouco após a queda da União Soviética. Numa reviravolta irônica, quem ganhou a Guerra Fria adotou e expandiu as políticas do perdedor, enquanto os perdedores adotaram e expandiram as políticas do vencedor.

Porque? Por culpa delas! A China pode reformular completamente sua economia porque eles não tinham que temer as demandas tresloucadas de seus eleitores, que pediriam pela implantação de programas sociais destrutivos à economia, algo pelos quais eles pouco contribuem além de votar nos políticos oportunistas que lhes darão o que querem. Enquanto o povo chinês ainda pode votar, os candidatos disponíveis são restritos apenas ao governo regional e escolhidos a dedo pelo Partido. O Partido que controla a China não precisa se preocupar com as eleitoras, e por isso não é suicida como os ocidentais.

FONTE

sparta

3 comentários

    • Rodrigo Amado em 08/19/2015 às 22:30
    • Responder

    É a velha história: Pai rico, filho nobre, neto pobre.
    Os EUA enriqueceram MUITO graças ao trabalho dos homens, agora as mulheres vão dilapidar tudo nas próximas décadas.

    Mas a China vai se tornar desenvolvida acho que ainda falta muito, lá não há livre mercado.

  1. Videm também a Suécia dos outrora orgulhosos guerreiros vikings, hoje a manginolândia de escravocetas que urinam sentados para não “incomodar suas majestades”, com as calças arriadas para barbáros invasores descendentes de moros.

  2. Muito boa a análise. É uma situação que sempre se repete. O oba-oba acaba, o caldo entorna, e o mimimi feminazi perde força, porque numa condição adversa (seja política ou econômica) o politicamente correto e a ditadura dos ofendidos não servem pra nada. Lembro de ter lido em algum lugar a respeito da enorme diferença entre as gerações anteriores à segunda grande guerra, e aquelas que vieram depois, nascidas e crescidas no “bem bom”, sem saber o que é passar por grandes dificuldades, como fome, falta de abrigo, ou risco real de morte. Os “mimados” se acostumam com a bonança, e quando surge qualquer contrariedade, partem para os “protestos”, como crianças que perdem a mesada porque os pais tiveram salários reduzidos ou foram demitidos.

    Só me pegunto quão estúpida uma pessoa pode ser a ponto de acreditar que pode gastar mais do que tem. Essa é a geração que quer apenas os direitos, mas sem as obrigações correspondentes.

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