Largados e pelados returns

Traduzi a tempos atrás um artigo bem interessante sobre o programa de TV “Largados e Pelados”, onde basicamente você pega um homem e uma mulher, tiram a roupa deles e deixam eles lá no meio do mato para se virarem por 21 dias.

Para entender melhor o espírito da coisa, antes de prosseguir a leitura desta postagem, leia o primeiro artigo.

Como podem ver aí, o autor fez uma interessante análise sobre a dinâmica entre os participantes e que basicamente resume o que é boa parte dos relacionamentos homem x mulher atual: um cara comum sendo atormentado até não poder mais por alguma ególatra que por fim acaba largando o cara, sem antes é claro levar metade do “barraco” do malandro.

O mais legal é que o autor nos deu um “follow up” da situação, onde a participante problemática retorna para uma nova fase do programa e bem… a história se repete.

Mas não quero falar sobre isso. Acho que ela já apanhou demais. Vamos falar de coisas boas.

Lendo o primeiro artigo me interessei pela série, mesmo percebendo que realmente os aspectos de sobrevivência apresentados pelo programa não são grande coisa, o aspecto “social” do reality show é bem interessante de se ver, não é aquela coisa frívola e desmiolada dos Big Brothers e dá para presenciar algumas situações bem curiosas. Consegui ver alguns capítulos e vi que muitos padrões se repetiam, com a mulher geralmente sendo levada a reboque ou “cagando no pau” e o cara tendo que fazer o grosso do serviço. Claro, como bem citado no artigo original, há notáveis exceções ao caso. É em uma dessas exceções que eu gostaria de focar.

Um capítulo que me chamou muito a atenção é o dos Pântanos da Louisiana, que pode ser assistido aqui:

Resumo da ópera: os dois devem ter sido mandados pro lugar mais filho da puta do mundo. Um local que só fica alagado, com nuvens de mosquitos, quase sem comida e água própria para consumo e para melhorar a situação, lotado de cobras venenosas enormes.

Os dois participantes foram uma mulher com alguma experiência em sobrevivência e um cara que tinha grande conhecimento em técnicas primitivas de sobrevivência.

E a partir daí vemos uma coisa muito interessante acontecendo. O cara, mesmo tendo grande conhecimento e experiência, começou a “surtar” em meio a roubada que ele se meteu (e pior que não dá pra tirar a razão dele). A mulher, ao ver isso tudo, agiu de forma que hoje em dia pode ser considerada surpreendente: deu o maior apoio pro cara e sempre tentava elevar a moral dele, fazer com que ele saísse daquele estado de desespero, etc.

O mais interessante foi ela ter admitido que se não agisse como uma dupla com ele, ela teria certeza que não iria durar 1 hora ali naquele lugar horroroso. Muito ao contrário do caso da Honora, que agindo como uma idiota mimada quase bota tudo a perder pra dupla. Pode-se argumentar que ela foi “interesseira” no caso, afinal sem ele ela não iria ganhar. Mas eu discordo. Há de se ter uma grande dose de humildade para admitir o que ela admitiu e não ver problemas em se “submeter” ao seu parceiro e aceitar um papel de apoio (que não deixou de ser primordial para a vitória de ambos no final). Bem diferente de hoje em dia, onde na primeira dificuldade a maioria pula fora e ainda faz questão de arrancar um naco das coisas do cara antes de vazar…

Basicamente, neste episódio temos uma pequena janela para o passado e como as coisas deveriam funcionar. Quando falo janela para o passado não pensem vocês que sou daqueles que ficam lá glorificando as coisas como eram a 50 anos atrás e achando que tudo na época era perfeito. Não eram, pois tinham seus problemas é claro (um bom exemplo disso é ler a série de contos do grande Nélson Rodrigues, “A Vida como ela é…”), mas concordo sim que as relações sociais funcionavam bem melhor que atualmente em muitos aspectos.

Fazendo um paralelo com este episódio, o homem da dupla participante pode muito bem ser comparado aos nossos avôs: um cara que tem a condição de botar o pão na mesa sem problemas porém tem suas fraquezas e inseguranças advindas de uma rotina cansativa, da ameaça da pobreza, traumas passados, etc. Já a mulher, sabendo que é o lado mais “tranquilo” da relação, entende prontamente que deve apoiar seu companheiro no que for possível para ambos poderem vencer na vida, e não querer virar a chefe da casa ou simplesmente meter uma faca nas costas do coitado quando a situação apertar.

Sei que muitos aqui não pretenderão casar, querem seguir marmitando, etc, é absoluto direito de vocês fazerem isso e claro que não vou criticar quem queira fazer tal coisa (desde que com RESPONSABILIDADE). Porém há aqueles que querem ter algo a sério com alguma mulher e quem sabe algo a mais. E para esses dou o seguinte conselho: observem antes de tudo se a mulher que você está atualmente age de forma parecida com a mulher que usei de exemplo nesta postagem. Se ela não importa se você tá sem grana, se não fica inventando problema besta pra te encher o saco, se na hora do aperto ela te dá uma força. Vou até além, e digo até que num momento em que você esteja com problemas, não precisa ficar bancando o forte e não tenha vergonha em abrir o jogo com ela. Claro que sempre há a chance dela pegar nojo de você e no fim você tomar uma “reversão” dolorosa, porém é melhor se livrar de uma vadia quando você não está “enrolado” com ela do que depois, quando for tarde demais…

Mas é isso, não deixem de assistir o episódio que estou recomendando e deixem suas impressões nos comentários.

largadosepelados

4 comentários

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  1. Assistir quase todos episódios de largados e pelados e percebi que em sua maior parte os problemas eram as mulheres. Eram mesquinhas, egoístas, ignorantes, quase tudo de ruim que se pode ser despertado no ser humano foi mostrado por essa mulheres. Na Bíblia diz “que a mulher tem que ser subserviente ao homem”, sempre odiei essa frase, não aceitava isso até assistir esse programa e ler alguns comentários, penso um pouco diferente agora. Hoje posso dizer que a mulher tem que acompanhar o homem, o apoiar, mas isso em situações que tem que reconhecer sua incapacidade. Estou cansada de ver o quanto as mulheres podem ser mesquinhas, cansada deste falso feminismo que pra mim não passa de um bando de sapatão mal amadas e que fazem de tudo para serem melhores que os homens, mas só provam que são péssimos seres humanos, esse programa só provou isso pra mim. Recentemente terminou Largados e pelados A Tribo, se antes tinha uma antipatia, agora estou horrorizada com as mulheres….e Honora voltou e um milhão de vezes pior e também a detestável Alana, que não fazia nada e tripudiava do cara o tempo todo. Nesse foi mostrado muito bem o lado ruim das mulheres. Que pena. E Jeff foi fenomenal, pescando pra dupla mas compartilhando sempre.

  2. Sensacional. Vi os dois episódios.
    Realmente, essa é a ‘mulher exceção’.
    Antes que os idiotas venham encher o saco: me refiro ao fato que não há mulher perfeita. Se você pretende casar/namorar sério, deve procurar uma mulher desse tipo ai. Querendo ou não ela também foi guerreira.

    1. Vi mais de 10 episódios, e mudei de opinião em relação à série.

      Primeiro de tudo, depois de alguns episódios, percebe-se que boa parte é fake. Em muitos episódios a produção claramente ‘planta’ coisas e comidas para facilitar a vida do casal. Em um episódio em específico (do caipiria e da hippie), surge um caixo de bananas numa hora que eles aparentemente estão morrendo de fome e saboreando um réptil bem pequenininho (detalhe que é como se o caixo não estivesse ali, pois eles estão passando fome e a menina ainda é vegetariana)…

      Em relação às mulheres, tem episódios que se sobressaem e acabam trabalhando por 2 enquanto o cara pateta só faz merda (ex: a menina do hawaii no episódio da nicarágua e o episódio da ilha de andros). Tem outros episódios que os caras atrapalham justamente por querer (e não conseguir ser) machos alfas.

      Mas no geral, o homem é quem comanda e a mulher ou é submissa (por necessidade) ou é aquela que apóia (geralmente pensando na recompensa, ou seja: se na ‘vida real’ você ficasse doente e não tivesse nada a oferecer à fêmea, certamente ela iria embora, diferente do seriado no qual as mulheres percebem que realmente precisam do macho, pois não existe um Estado para sustentá-las)…

      Um episódio que chamou atenção foi o da hippie, que eu falei acima. O cara (que é casado) é um caipira bem macho-alfa mesmo, daqueles que não tem medo de nada e encarava o que vier. De cara, a menina (que é solteira e hippie) gama no maluco e já fala para as cameras que curte homens de barba (hmmmm). Certeza que o cara comia fácil se não fosse casado (isso se não comeu por trás das câmeras). A menina ficou louquinha por ele, o que mostra que realmente um macho-alfa (no sentido primitivo da coisa) chama atenção das mulheres. Mas tem que ser real, não esses bombadinhos fabricados em academia.

      1. Sim, realmente pelo aspecto de sobrevivência vc via ali umas coisas meio forçadas. Especialmente no quesito “conservação de energia”. Acho que um dos poucos que agiram certo neste aspecto foi o cara que teve que aturar a Honora, já que ele simplesmente montou um abrigo e depois dessa ficava era quieto a maior parte do tempo. Tanto que ele pouco emagreceu durante o programa.

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