Porque os jovens escolhem o radicalismo islâmico?

por David Murrow

Há muito sentimento de culpa sobre o sucesso do Estado Islâmico em recrutar jovens ocidentais para suas fileiras. Contrariando o esteriótipo do jovem pobre e oprimido exteriorizando sua raiva ao se alistar na jihad, muitos dos recrutas do Estado Islâmico vem de famílias de classe média.

Porque tais jovens trocam uma vida segura e confortável pela guerra sangrenta promovido por um culto da morte?

E o que é mais perturbador, muitos desses jovens que vão para as fileiras do EI cresceram professando a fé cristã. Muitos são jovens negros americanos, e atendiam aos cultos religiosos regularmente quando crianças.

Entre tais jovens, temos Douglas McArthur McCain, um dos vários nativos americanos e europeus que se uniram a um dos vários grupos jihadistas no Oriente Médio. Em 2014, McCain se tornou o primeiro cidadão americano morto lutando pelo Estado Islâmico.

McCain era um americano do meio oeste. Ele tinha 33 anos, era pai, rapper e cuidador de pacientes que precisavam de tratamento especial.

McCain cresceu na igreja. Sua mãe era uma fiel devota. Era conhecido que McCain era cristão praticante antes de se converter ao Islã a alguns anos atrás.

Porque então McCain escolheu a mesquita em favor da igreja? Ele está morto, então não podemos mais perguntar isso a ele.

Assumindo que McCain foi criado numa típica igreja afro-americana, provavelmente sua experiência no culto era algo semelhante a isto:

– 75% dos fiéis são mulheres
– Os cultos duram em média 3 horas
– O sermão dura por volta de 1 hora e meia (ou mais)
– Os cultos são carregados de emotividade. Os fiéis costumam chorar regularmente durante o sermão
– A decoração das igrejas incluem toalhas bordadas, faixas e flores. Muitas flores.
– O santuário é decorado como se fosse um teatro, com um palco, luz especial, equipamento de som e bancos
– Os fiéis tem que ir muito bem vestidos
– A sacola de coleta do dízimo é passada até se atingir o valor esperado
– O sistema da escola dominical enfatiza a leitura, ficar estudando sentado e a memorização
– Sua mãe era a líder espiritual da casa

Agora iremos comparar isto com o ambiente de uma mesquita comum. Como muçulmano, a experiência de McCain era completamente diferente:

– 100% dos fiéis são homens (as mulheres não são permitidas a orar junto aos homens)
– As orações de domingo duram menos que 1 hora
– O sermão é dividido em duas partes e duram alguns minutos
– O culto islâmico é livre de emotividade. Os fiéis devem se manter em silêncio durante os sermões
– A maioria das mesquitas são decoradas de forma sóbria, com um teto alto e tapetes no chão (para permitir as orações)
– Os locais de oração são simples e espaçosos. Não há cadeiras, altares, bandas de música e quase não há luz artificial
– Os fiéis devem vestir apenas roupas limpas. Eles oram descalços
– Não há sacola de coleta de dízimo. Doações podem ser dadas antes ou depois das orações
– O culto é uma experiência corporal, quase um treinamento militar em que você deve se curvar, ajoelhar, se levantar novamente, etc. Os homens se alinham em fileiras, como se estivessem se preparando para uma batalha
– As mulheres (com poucas exceções) não podem liderar os homens durante uma oração

Agora vejamos, qual culto parece melhor adaptado a rapazes? Um que sugere uma preparação para a guerra ou outro que sugere uma encenação?

Certa vez apontei essas diferenças durante um evento para homens afro americanos. Um deles tentou me explicar porque seus cultos eram da forma que são: “quando éramos escravos, o domingo era o nosso único dia de folga. Colocávamos nossas melhores roupas e passávamos o dia todo na igreja. Por isso temos missas compridas. É da nossa cultura.”

E então prosseguiu: “não nos era permitido ser educados, então as escolas dominicais nos ensinavam a ler e a escrever. Não tínhamos voz na sociedade, então expressávamos nossas emoções e agruras durante os cultos e nos cantos. E a igreja era o único lugar onde podíamos interagir socialmente, falar sobre política e nos organizarmos para podermos ter uma vida melhor. Então precisávamos de um palco e pastores que eram bons oradores.”

Ok, eu entendo. Dada a história americana de opressão aos negros, não é difícil de entender o porque das igreja afro americanas terem evoluído desta forma. E não há nada de inapropriado num culto de 3 horas, um sermão de 90 minutos ou um santuário lotado de mulheres usando luvas e chapéus elegantes.

Mas quando comparamos isso ao Islã, é fácil entender porque um número significativo de jovens afro americanos, desesperados por um ambiente masculino de adoração, acabam rejeitando a igreja e encontram seu lugar numa mesquita.

E entre eles, alguns acabam parando no Estado Islâmico. Então, como podemos acabar com isto?

Uma das melhores maneiras de combater o islamismo extremista é oferecer um competidor de força. O cristianismo é a alternativa mais óbvia. Números expressivos de muçulmanos estão se convertendo ao cristianimo no Oriente Médio – mesmo em países onde seguir o “Nazareno” é considerado ilegal.

Os secularistas que aguardam o fim das religiões podem esperar sentados. A religião não irá sumir. Na verdade, há evidências que o mundo está se tornando mais religioso – e não o contrário. O homem sempre irá atrás de Deus. A única questão é: ele irá atrás de um Deus de amor e paz ou um deus de ódio e violência?

Eu acredito que cristianismo forte e assertivo será a melhor arma contra o jihadismo. Nossos cultos devem refletir os aspectos militantes de nossa fé. Os homens devem entender que o cristianismo não é apenas um showzinho dominical – é uma fé perigosa que precisa de nossa cooperação absoluta.

E como podemos fortalecer nossas igrejas para que elas fiquem mais atraentes para nossos jovens? Aqui tenho seis sugestões:

1 – Retome o espírito de batalha nos cultos. Em resposta à Guerra do Vietnã, muitas igrejas retiraram hinos e liturgias que tivessem qualquer metáfora envolvendo a guerra ou o conflito. Isto foi um erro crasso. O espírito de batalha não faz um homem ficar violento – apenas galvaniza sua determinação.

2 – Redecore. Se a igreja parece mais com a casa da vovó, os jovens provavelmente a evitarão. Decorem suas igrejas de acordo com os gostos dos jovens, não com o de velhinhas.

3 – Relaxe o código de vestimenta. Os homens gostam de se vestir informalmente, deixe-os se vestirem assim.

4 – Eventos exclusivos para os homens. Os homens precisam de chances para se reunirem e ensinar uns aos outros – sem mulheres por perto.

5 – Encurte as missas e cultos. Estamos no século XXI. As pessoas tem coisas a fazer. Se uma igreja anunciar um culto de menos de uma hora já deixam os homens com menos desculpas para não ir.

6 – Dê aos jovens um papel mais interessante. Os cristãos mais velhos devem dar espaço – e dar uma chance aos mais jovens para agir dentro da igreja.

Eu trabalhei com uma igreja afro americana que fez todas essas coisas. Em apenas 5 anos a congregação praticamente triplicou de tamanho depois de se focar no homem. E o número de homens que participam ativamente quintuplicou. Aqui está minha entrevista com o pastor desta igreja.

FONTE

cruzados

2 comentários

  1. Simples, tais jovens sabem que vencendo a guerra, (acham que) terao mulheres.

  2. As pessoas têm coisas a fazer

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