* para montar este artigo, fui pegando informações que vi no Mundo Realista, Fórum do Búfalo e em conversas com amigos no Facebook.
Quem curte metal provavelmente já sabe dessa notícia, mas não custa nada divulgar por aqui também. Afinal, é parte importante (e infelizmente negligenciada) da história do Brasil.
O sétimo e mais recente álbum da banda sueca de Heavy Metal (na verdade me falaram que é de power metal), Sabaton, explora várias histórias da Segunda Guerra Mundial, entre elas, a resistência de três heróis brasileiros, como ficaram conhecidos os soldados que combateram até morte uma infantaria alemã em Montese, Itália. A faixa em questão é “Smoking Snakes”, terceira faixa do disco que possui até um trecho em português. A homenagem é destaque em um site dedicado a Defesa Aérea Naval brasileira e traz mais detalhes do combate que ficou marcado até mesmo na memória da Infantaria Alemã.
De acordo com os registros, os três pracinhas (Geraldo Baêta da Cruz, 28 anos, natural de Entre Rios de Minas, Arlindo Lúcio da Silva, de 25, de São João del Rey, e Geraldo Rodrigues de Souza, de 26, de Rio Preto, na Zona da Mata) integravam uma patrulha do 11º RI de São João del Rey que teve como missão principal o combate em montanhas com densos campos minados e sob o fogo cerrado das metralhadoras alemãs. Em Montense, a tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foram demonstradas em seu raro espírito ofensivo, sob o fogo cerrado alemão, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando e posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da Guerra. Em uma dessas incursões, os pracinhas mineiros se viram frente a frente com uma companhia alemã composta de aproximadamente 100 homens. Era 14 de abril de 1945. Eles receberam ordens para se render, mas continuaram em combate matando mais de 45 nazistas até ficarem sem munição e serem mortos.
Isso mesmo: 3 caras contra 100. Enquanto os cineastas do Brasil perdem tempo fazendo filme de Olga Benário, Marigella, Lula e outros inúteis, temos esse verdadeiro “3 do Brasil” (parodiando os “300 de Esparta”) dando sopa e nada dos caras aproveitarem pra fazer filme! (Na verdade dizem que foi feito um média metragem sobre a história dos 3. Mas você já ouviu falar nele? Pois é…)
Enquanto isso, por muito menos americano faz até seriado homenageando seus veteranos. Uma pena que no Brasil só se valoriza lixo.
Outra coisa interessante, em vez da vala comum, os 3 mereceram as honras especiais do Exército alemão. Admirado com a coragem e resistência do trio, o comandante nazista mandou enterrá-los e colocar, sobre a cova, uma cruz e placa com a inscrição: “Drei Brasilianische Helden” ou “Três Heróis Brasileiros”.
Segue o link para quem deseja ver o clipe da música: http://www.youtube.com/watch?v=1M7sUCElJK0
Quem quer conhecer melhor a história dos três recomendo acessar este site. Mas gostaria de destacar este trecho do artigo, que fala da ação dos 3:
Durante o ataque a Montese, o pelotão, ao qual faziam parte ARLINDO, GERALDO e BAÊTA, foi detido por violenta barragem de morteiros inimigos, enquanto uma metralhadora alemã hostilizava violentamente o seu flanco esquerdo, obrigando os atacantes a se manterem colados ao solo. Não tendo mais possibilidades de sair do local, nossos três heróis ficaram desgarrados de sua fração. Mas não temeram! Imediatamente, o Soldado ARLINDO, atirador de fuzil automático, localiza a resistência inimiga e num gesto de grande bravura, gesto esse de um menino acostumado a enfrentar as dificuldades da vida que levara até então, levanta-se, localiza a resistência inimiga e sobre ela despeja seis carregadores da sua arma, obrigando-a a calar-se.
Geraldo e Baêta não param de atirar. Eram três pracinhas contra uma tropa de grande número. Tropa essa que pensava estar enfrentando uma outra de efetivo igual ou superior ao seu, pois os intrépidos brasileiros não paravam de atirar. Atiraram até a munição acabar. ARLINDO é ferido mortalmente por um franco atirador inimigo, enquanto GERALDO é atingido por um cruel estilhaço e BAÊTA recebe um tiro certeiro…
De repente, o silêncio se fez presente…
E sobre o solo lá estavam três corpos empunhando seus fuzis… Fuzis que estavam com as baionetas caladas, demonstrando que nossos heróis partiram para o assalto, mesmo sabendo que iam encontrar a morte breve…Morte que os fez descansarem da vida difícil e dura que sempre tiveram lá no Brasil…
O comandante alemão, observando os três corpos já sem vida, reconheceu neles o sacrifício… Nunca vira tamanha demonstração de coragem! E, deixando seu orgulho prussiano de lado, mandou que seus homens cavassem três covas rasas e, pegando alguns pedaços de madeira, fez uma cruz e nela escreveu: ” DREI BRASILIANISCHE HELDEN “, que em português quer dizer: “TRÊS HERÓIS BRASILEIROS”.
Tá aí. Mas você nunca lerá isso nos livros do MEC. No máximo vai ler que mandaram uns caras lá pra Itália em 1945, eles deram uns tirinhos por lá e fica por isso mesmo. Por outro lado, aposto que nesses livros do MEC até a cor preferida da cueca do Che Guevara é citada…
Para quem se interessa em história, segue uma recomendação de livro (que vou ver se compro quando o dinheiro permitir): BARBUDOS, SUJOS E FATIGADOS – SOLDADOS BRASILEIROS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL de Cesar Campiani Maximiano
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Respondendo a indagação sobre eles serem comunistas, Meu nome de Guerra como soldado Reservista é Luiz, servi no 12° Batalhão de Infantaria em 1985 e Atualmente, faço parte da Associação dos ex combatentes do Brasil em Belo Horizonte, aqui tivemos como consta na lista o pai de Geraldo Baeta e garanto que eles não eram comunistas. E quanto aos filmes sobre a participação dos nossos pracinhas, já tem um filme chamado Estrada 47 e em breve mais um sobre os tres heróis e as conquistas dos soldados Brasileiros na Itália, sem contar tb que além deste contingente que foi para a Itália, foram mandados soldados do Acre a maioria para extrair borracha no Amazonas ( Os Soldados da Borracha ) e guardando a costa litoranea, Ficaram os soldados do Litoral. procurem no youtube sobre nossos Heróis que veram muitas coisas sobre eles, coisas que infelizmente as escolas não mostram!
Vocês não conhecem a ideologia dos três. Quem garante que algum deles – ou todos os três – não era comunista?
Apesar de antiga a postagem, nunca é tarde para responder. Marcelo Barros, conheci quem conviveu com o soldado Arlindo, posso te garantir que ele nunca foi comunista.
Essa história desses três heróis brasileiros daria um ótimo filme de guerra, tão bom quanto “O resgate do soldado Ryan”. Infelizmente, o Brasil não reconhece seus verdadeiros heróis. Se não fosse essa banda sueca e esse artigo, talvez eu jamais saberia dessa história.
Impressionante nunca tinha percebido como a indústria cultural brasileira principalmente a cinematográfica só produz lixo que idolatram comunistas de merda como Olga Benário e Lula por exemplo,o mais engraçado e que nunca tivemos um filme que fala sobre a participação dos brasileiros na segunda guerra mundial.
São lendas em uma Guerra contada porcamente para os brasileiros.
Por sinal acho incrivel possuirmos tantas lendas indigenas por exemplo, e não serem produzidas animações ou filmes.
Muito interessante a história destes três; bastante sintomática das prioridades e dos “ídolos” que este país fabrica é o fato de ela ser bem desconhecida.
Olá, quanto ao texto informativo está tudo ok, só gostaria de colaborar sobre o fato da banda ser de Heavy Metal ou Power Metal, o Power Metal é apenas um sub-estilo dentro do Heavy Metal, que na música é a designação geral para as bandas de rock pesado. De forma alguma está errada a afirmação da banda ser heavy metal, (a própria banda não se considera Power Metal), power metal, death metal, doom metal, Thrash metal etc, são apenas ramificações do Heavy Metal de forma a separar por questões estilísticas musicais ou líricas. Mas no fundo tudo é Heavy Metal. Abraço
Wagner M. Neves
[…] ou “Três Heróis Brasileiros”. Há três anos, descobri por acaso essa história no site Canal do Búfalo (Força e Honra!) em um post sobre uma banda sueca chamada Sabaton que fazia homenagem a esse fato […]