Shakers: ontem e hoje

shakers

* quebrando um pouco o ritmo do [DCS] para postar esta interessante matéria. Vale uma reflexão…

por W. F. Price, do The-Spearhead.com

As feministas de hoje raramente citam os Shakers, uma ancestral ramificação feminista e igualitária do movimento Quaker, mas eles são uma seita altamente relevante com uma grande semelhança com as feministas. Fundada no século XVIII por uma carismática sacerdotisa inglesa chamada Ann Lee, que posteriormente emigrou para NovaYork, esta seita cresceu até atingir alguma proeminência e renome em meados do século XIX até começar a decair até sua quase extinção no séc. XX. Atualmente, 3 Shakers ainda sobrevivem.

Ann Lee foi pioneira numa forma de culta a deusa, e se colocava como uma segunda vinda de Jesus – um componente de um Deus com gênero sexual misturado. Bem antes do feminismo moderno, ela impôs uma estrita igualdade sexual em todos os níveis de sua igreja, a propriedade compartilhada dos bens e uma pureza ritualizada. Os Shakers eram muito famosos por suas bizarras formas de adoração, tanto que foi daí que veio seu nome.Os cultos dos Shakers envolviam danças extáticas repletas de conversas em línguas estranhas, rolar no chão e as vezes até latir como cachorro. Entretanto, apesar de suas expressões religiões energéticas, os Shakers eram geralmente pessoas sóbrias e industriosas, e seus acampamentos podiam ser muito produtivos. Mesmo hoje antigos móveis fabricados pelos Shakers, conhecidos por serem bastante simples e robustos, comandam um alto preço e seu estilo é largamente imitado.

Então, o que aconteceu com eles?

Resumidamente, eles simplesmente morreram. Um dos pontos principais de sua fé é que o casamento e as relações sexuais causavam a poluição espiritual, e para poder atingir a perfeita igualdade entre homens e mulheres eles deveriam se tratar como irmãos ao invés de esposos. Além disso, as famílias eram consideradas um impedimento para um estilo de vida comunitária. A “Mãe Ana”, a encarnação feminina do Messias, baniu totalmente isto.

Forçar o celibato numa comunidade de gêneros misturados parece ser uma tarefa impossível, mas os Shakers impuseram uma estrita hierarquia de Anciãos e de diáconos e diaconisas para impor a proibição sexual. Os Shakers que tinham que passar algum tempo fora das comunidades eram interrogados quando retornavam. Os visitantes de fora tinham que seguir regras muito estritas, e eles tinham o acesso barrado em grande parte da comunidade. Numa ocasião, quando jovens locais tentaram fugir com algumas garotas Shakers, as “irmãs” atacaram e espancaram os jovens com esfregões e cabos de vassoura. Brincadeiras típicas de garotos, como brincar de luta e jogar bola, eram proibidas, e amizade mais próxima entre homens eram fortemente desencorajadas, presumivelmente visando suprimir a masculinização. As anciãs usavam espiões para manter controle sobre as atividades dos jovens.

O resultado disto é que os jovens Shakers, que poderiam escolher abandonar a comunidade com a idade de 21 anos, saiam aos montes – especialmente os homens. A taxa de retenção da comunidade era de apenas 25%. Seus números aumentavam porque eles aceitavam menores abandonados e esposas e maridos que fugiam de suas famílias levando seus filhos. Isto levou o estado de Kentucky a promulgar uma lei que permitia o divórcio caso um dos membros do casal se unisse a uma comunidade Shaker, desde que ele deixasse a propriedade e os filhos com o outro membro que não fosse Shaker.

Então porque, mesmo com todas as dificuldades causadas pelo celibato forçado, tal regra ainda se manteve de pé? De acordo com o historiador Glendyne R. Wergland, era assim que os Shakers mantinham sua igualdade de gêneros:

“O celibato era a chave da igualdade Shaker. Ao eliminar o casamento, os Shakers eliminaram a fonte do poder de autoridade do homem sobre a mulher. Vivendo como virgens, tanto homens e mulheres, os crentes divergiam das tradições que valorizavam a virgindade feminina enquanto não davam o mesmo valor para a virgindade masculina. Os Shakers rejeitavam tal padrão hipócrita e estabeleceram a igualdade para mulher ao aplicar a mesma norma de castidade para homens e mulheres – e impuseram isso tanto na teoria quanto na prática. Este estudo mostra como a mulher trabalhando em conjunto consolidaram seus ganhos, e então expandiram seu poder. Aqui, então, são exemplo da mulher servindo em igualdade com o homem, em parceria a ele e ascendendo sobre o homem. No fim do século XIX, mesmo quem estava de fora reconhecia que a comunidade Shaker se transformou numa ginocracia.”

Pelo que parece, o preço final da igualdade entre gêneros é a extinção étnica, e talvez isto explica porque o patriarcado sempre foi a norma nas sociedades e a ginocracia a exceção. Isto talvez explique também porque as grandes religiões são invariavelmente patriarcais, enquanto seitas comandadas por mulheres – como os Shakers e mais atualmente a Igreja Episcopal americana – acabam morrendo com o tempo.

Entretanto, mais ameaçadoramente atualmente, não é apenas algum culto bizarro que adotaram tais valores, mas todo um partido político, sem falar de toda uma ortodoxia secular que domina a narrativa nacional. Os americanos estão destinados – sob um reinado ginocrático e igualitarista – a irem reduzindo até chegar a sua extinção? Para os Shakers, isto não seria uma tragédia; o reino igualitário dos céus não está se importando com tais problemas de sobrevivência dos povos, já que ele é eterno. Mas o resto de nós, entretanto, podem muito bem se perguntar se o destino de nossa propriedade nos diz respeito, e em caso positivo, porque deixarmos que estes Neo-Shakers de hoje tenham tanto poder sobre este destino.

fonte: http://www.the-spearhead.com/2014/05/08/shakers-then-and-now/

1 comentário

    • Anjo Censurado em 05/21/2014 às 23:02
    • Responder

    Existe algum matriarcado ou ginocracia como exemplo de funcionamento que as feministas usem como vitrine para o sonho ou pesadelo delas? Ahh e que tenha dado certo, até podendo ter sido extinto por opressão de algum tipo de governo.

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.