Não deixe de ler o Oitavo Trabalho antes de prosseguir com a análise do mito, caso ainda não tenha lido.
por DiomedesRJ
Esse é um dos Trabalhos mais diretamente ligados com o Realismo conforme os mais jovens o encaram, então merece uma análise cuidadosa.
As mulheres estão naturalmente inclinadas a seguir e serem guiadas por homens dotados de dominância genuína, ignorando e se rebelando contra os fracos e pusilânimes. Ao conhecerem aqueles que conhecem o Realismo, mas o utilizam apenas para seus fins egoístas, os herdeiros do Rei da Trácia mostram a elas uma dominância tão forte, embora distorcida e malévola, que o convívio delas com eles igualmente lhes deforma o íntimo.
Ao invés de simplesmente se afastarem da fraqueza masculina, elas passam a se alimentar dela, voltando contra os homens fracos de corpo e alma, a indignação que no fundo, nutrem contra os próprios abusadores que amam.
Ao conhecer os herdeiros de Hércules, mulheres assim se tornam confusas. Reconhecem neles a mesma força que viram em seus doces exploradores, buscam intimidá-los, dado que não o reconhecem como iguais aos homens que lhes marcaram a alma, e ao não conseguir, reforçam seu estado de rebeldia e entrega simultânea. Ainda sim, os seguem, encantadas pela sua energia firme, e ainda sim, protetora.
Hércules, contudo, não as sacrifica nem as abandona. Primeiro, pelo Destino as ter deixado sob sua confiança; segundo, por saber que dado que ainda aceitam segui-lo, que sua natureza essencial ainda não foi perdida.
Fatalmente, tais mulheres, ao conviver com os Realistas, serão confrontadas com homens que lhes proporcionam as mesmas emoções ardentes e tóxicas. Nesse momento, as imagens de ambos os tipos de masculinidade confrontarão em seu íntimo. O Realista, sabendo que se confrontar diretamente com esses homens poderá lhes levar, no máximo, a uma Vitória de Pirro, faz a única coisa que lhe cabe: lhes demonstra com seus atos, que a força que eles alegam possuir é uma farsa, proporcionada unicamente pela sua falsa sensação de segurança, pois quando os herdeiros do Rei da Trácia estão no chão, sua pose desaparece junto com sua força e coragem.
Assim sendo, as mulheres que os Heráclidas julgaram com acerto não estarem de todo corrompidas, voltam sua indignação contra o alvo certo, e curam a si mesmas de seus vícios de comportamento, saindo de sua histeria e retornando para sua natureza essencial.
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Há uma outra lição contida nesse Trabalho, uma que se ignorada, conduz com certeza para a tragédia.
Nós sabemos do quanto nossos Aspirantes, felizes, quase embriagados pelas capacidades que seu esclarecimento só começou a dar a eles, se acham capazes de realizar qualquer feito. Conhecemos também o quanto de confiança eles transpiram.
Mas saber não é conhecer, nem mesmo exercitar. Estar ciente do Realismo, não é o que concede a Masculinidade Verdadeira ao praticante; é sua prática, e em muitos casos, a sabedoria adquirida nos fracassos diante dos pequenos testes da vida cotidiana.
Aqueles que orientam aos mais jovens, devem se precaver de dar aos Aspirantes, responsabilidades para os quais eles não estão preparados; mais desastroso ainda é quando aquele que ensina, dá ao aluno, responsabilidades que são pessoais.
Da mesma forma, os Aspirantes devem estar cientes de evitarem a afobação em seu progresso, e por mais que admirem os mais antigos, precisam tomar consciência que, por mais que a experiência do Realismo seja única, que sua vivência é pessoal. Desejar calçar as sandálias daqueles que os auxiliam, só os levará para dores desnecessárias para suas vidas.
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Saibamos tanto assumir nossos fardos, mensurar corretamente as capacidades dos que nos cercam, e também, praticar corretamente e no tempo certo, a lida com as mulheres de nosso tempo – mesmo algumas que os inexperientes consideram intratáveis.
Força e Honra.
1 comentário
Muito bom, ser realista solteiro sem se aproximar das mulheres é fácil, ter o pulso firme e ser forte, sem ser testado.