* do blog The Society of Phineas
Tempos atrás, observando a reação dos conservadores americanos ao livro “Men on Strike”, da Dra. Helen Smith, notei a Fox News botou no meio de sua análise do livro uma cena do filme “O Poderoso Chefão”:
Vendo o filme, você pode pensar que Johnny Fontane está chorando e soluçando copiosamente por causa que o grande produtor de cinema Jack Woltz não está dando ele o papel principal em um filme.
Mas se você ler o livro, entretanto, você irá ver que na verdade Johnny Fontane é um personagem muito mais presente ao longo da história. Você irá ler sobre sua vida doméstica, assim como suas aventuras em Los Angeles e Las Vegas com seu amigo de infância, Nino Valenti. Por ter tanto da sua história removida do filme, teve que se resumir muita coisa na parte onde Don Corleone estava prestando favores no dia do casamento de sua filha para a cena toda fazer sentido. Uma pequena amostra do que não apareceu no filme:
“Johnny andava de um lado para o outro da sala.
— Eu estava louco por essa cadela. (obs: ele está falando de sua segunda esposa) A maior estrela de Hollywood. Parece um anjo. E você sabe o que ela faz depois de um filme? Se o maquilador executa um bom trabalho em seu rosto, ela trepa com ele. Se o cinegrafista consegue dar lhe uma aparência extremamente boa, ela o leva para o camarim e dá uma metida com ele. Todo mundo. Ela usa o corpo como eu uso o dinheiro trocado de meu bolso para dar gorjeta. Uma prostituta feita de encomenda para o diabo.
— Como vai sua família? — interrompeu Don Corleone bruscamente.
Johnny suspirou.
— Eu cuido deles. Depois do divórcio, dei a Ginny (obs: sua primeira esposa) e as meninas mais do que os tribunais mandaram. Vou vê-las uma vez por semana. Sinto falta delas. Às vezes, penso que estou ficando louco. — Tomou outro cálice de bebida. — Agora minha segunda mulher ri de mim. Não pode entender que eu tenha ciúme. Chama-me de carcamano antiquado, faz pouco do meu canto. Antes de partir, dei lhe uma boa surra, mas não lhe bati no rosto porque ela estava fazendo um filme. Dei-lhe uma “gravata”, bati-lhe nos braços e nas pernas como numa criança, e ela continua rir de mim. — Acendeu um cigarro. — Assim,Padrinho, agora mesmo, a vida parece que não merece ser vivida.”
Começou a entender aonde as coisas realmente estavam indo? Tiveram algumas coisas que se perderam na transposição do livro para o cinema que realmente eram meio antiquadas, e é até por isto que eu não cito o livro inteiro aqui. Mas numa história que se foca exclusivamente no valor da família e em como se portar de maneira honrada, as partes mais “realistas” do livro que podiam incomodar as feministas também foram retiradas. Toda a história de Johnny Fontane que não apareceu no filme envolve sua redenção destes erros do passado, onde ele aprende a ser um homem respeitável, forte e confiante que sabe viver dignamente e que se preocupa com seus amigos, muito diferente do “finnochio” (termo termo usado por Don Corleone) ou o “mangina” que ele era no começo da estória.
Durante a estória, Johnny menciona que sua voz está enfraquecendo, assim ele não pode mais cantar. Então a conversa se move até o ponto que é representado no filme: o problema com o sr. Woltz e a atriz que estava dando problemas a ele. Esta é a última fala de Fontane antes que o Don o pegue pelos ombros e dê sua famosa bronca, mandando ele agir como homem:
“Então, a prostituta da minha segunda mulher expulsou-me de casa. E Ginny e as meninas não me querem aceitar de volta a não ser que eu venha rastejando sobre os pés e as mãos, e não posso mais cantar. Padrinho, que diabo posso fazer?”
Conseguem perceber para aonde as coisas realmente iam? Johnny não estava de frescura porque não estava conseguindo um papel num filme. Johnny estava muito mais preocupado em ganhar a aprovação das mulheres em sua vida do que reerguer sua vida por si mesmo e começar a demandar o respeito, poder e amor que ele mereceria. Como Don nota no livro, Johnny deixava que as mulheres comandassem sua vida. Ele não se controlava, ele deixava que elas o controlassem. É por isto que Don Corleone mandou ele “virar homem”.
E não foi este o sentido do “vire homem” colocado nessa crítica dos conservadores. A bronca de Don Corleone morreu em face do surgimento do feminismo e a sua aceitação aos cacoetes neo feministas. Qualquer parte da bronca de Don Corleone agora iria fazer com que os religiosos se voltassem contra você, e quem sabe até te jogaria na cadeia por violência doméstica por não ter agido como um “bom maridinho”. Nem precisa dizer que você ganharia um divórcio de presente. Como cada vez mais pessoas estão começando a notar, esta demanda por “virar homem” nada mais é que uma ordem para você calar a boca e aceitar de bom grado virar um escravo para sua esposa e que se você não for casado, você não passa de um bobalhão infantilizado.
É óbvio que os críticos do livro da Dra. Helen são defensores desta “bronca” feminista que temos que tolerar atualmente, e não da bronca justa de Don Corleone. Eles também negam a verdade e apoiam a definição feminina para a masculinidade. No mais, sua visão de masculinidade é justamente o motivo pelo qual Don Corleone deu a bronca em Johnny . Os resultados de seus pontos de vista sobre a masculinidade é justamente o que a Dra. Helen está expondo em seu livro. Tal ponto de vista faz um homem se transformar em um ser sem importância:
TUCKER CARLSON: isto é verdade, eu concordo completamente com isto, mas ainda não consigo desculpar o homem da responsabilidade de parar de reclamar sobre como ele está cheio de problemas, e virar homem. Por causa que você não vira um homem enquanto não assumir responsabilidades.
DR. HELEN: Por que um homem deveria aceitar um acordo tão ruim? Eu não considero isto coisa de homem.
Tais homens que ficam ordenando aos homens que eles “virem macho” e se casem com vadias (criadas pelo resultado dos interesses femininos), assim agindo contra seus próprios interesses não agem de forma diferente que a de Johnny Fontane. O homem não precisa da bronca deste tipo de gente, mas sim da bronca de Don Corleone. Um homem verdadeiramente masculino que jamais aceitaria um acordo tão ruim quanto o casamento atual.
Ao prosseguir na leitura do livro, você perceberá que Mario Puzo é um autor bastante “realista”. Na verdade, pode-se dizer que a “realidade” é que foi enterrada em face ao feminismo. E você terá mais exemplos disso em todo o livro. Por exemplo, você verá como um alfa marca profundamente uma mulher no trecho da história que narra a vida de Lucy Mancini (a mulher que Sonny Corleone deu uma rapidinha durante o casamento da irmã):
“LUCY MANCINI, um ano após a morte de Santino, ainda sentia muita falta dele, sofrendo a sua ausência mais do que qualquer amante em um romance. Seus sonhos não eram tão insípidos como os de uma colegial, e seus anseios não eram os de uma esposa dedicada. Não estava desolada pela perda do “companheiro de sua vida”, nem sentia falta dele pelo seu caráter destemido. Não tinha lembranças ternas de natureza sentimental, de adoração juvenil de um herói, de seu sorriso, ou do brilho engraçado dos seus olhos quando ela dizia alguma coisa carinhosa ou espirituosa.
Não. Sentia a falta dele por um motivo mais importante. É que ele fora o único homem no mundo que conseguira fazer seu corpo sentir o ato de amor. Em sua juventude e ingenuidade, ainda acreditava que fora o único homem capaz de fazer isso.”
É interessante notar como foram justamente as partes mais “realistas” do livro que foram cortadas do filme. Também percebe-se o quanto o feminismo já estava encrustado em Hollywood e quanto as coisas mudaram em apenas 4 anos entre o lançamento do livro e a produção do filme.
Assim que seus olhos se abrirem para a verdade, você começará a enxergar cada vez mais. A única resposta é agir de acordo.
fonte: http://societyofphineas.wordpress.com/2013/07/05/vito-corleones-forbidden-man-up-rant/
Obs: tempos atrás eu fiz uma Reflexão no Youtube que também comentava um trecho do livro Poderoso Chefão, onde Don Corleone discursava sobre a importância de comandarmos o nosso mundo. E é engraçado notar também que tal trecho também foi retirado do filme…
Parece que toda a parte do livro que exortava o homem ser realmente livre e procurar seu lugar no mundo, independente dos agentes externos, foi retirada do livro ou pelo menos alterada, deixando apenas a parte “mafiosa” da história. Muito estranho isso…
8 comentários
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É, o filme caiu no meu conceito, mas ainda assim é bastante recomendável.
Mas o livro, ao que parece, ganha de chocolate.
Triste ver como um livro tão bom foi tão sufocado por aqueles imbecis hollywoodianos…
Genial, como sempre Barão.
Filme e livro ótimos!
Eu tenho o livro e recomendo a leitura, espetáculo de história. Só queria fazer um relato de algo que parei de admirar não pela música e sim pela letra. Sempre gostei daquelas músicas sertanejas da época dos anos 1980 a 2000, mas agora observando as letras de algumas delas vejo que é um hino à manginisse e a exaltação das mulheres ao nível extremo.
Como sempre,melhor ler o livro do que ver o filme!
Cara, pode me mandar o nome do livro? Abraço
Livro: O Poderoso Chefão
Livro extremamente viril e com bons ensinamentos.
Valeeu cara, vou comprar essa semana pra ja começar a ler!