por Paul Elam, do A Voice for Men
Tempos atrás eu conversei com um amigo que está tendo problemas com seus filhos. Jim era divorciado e era pai de 3 filhos, o mais velho deles tendo 16 anos. Ele estava tendo mais problemas com seu filho mais velho do que com os outros dois. A situação que ele me descreveu era bastante consistente com aquelas que eu já tinha ouvido de muitos outros homens que passaram por situação semelhante.
Desde que ele se divorciou, seu filho ficou ainda mais distante dele a cada ano que se passava, e cada vez o desprezava mais. Parte deste desprezo é aceitável dada luta pela individualização da adolescência, onde é típico que os jovens se afastem tanto fisicamente quanto psicologicamente de seus pais. Esta é uma fase de seu desenvolvimento como pessoa, dolorosa porém necessária, onde os adolescentes as vezes querem a maior distância de seus pais possível; quando ficar com seus amigos ou mesmo primos é algo ok; legal, por assim dizer. Enquanto a ideia de ser visto publicamente com seus próprios pais é algo mortalmente embaraçante.
São tempos difíceis para a família, mesmo na melhor das circunstâncias.
Mas agora pegue este afastamento e jogue isto na vida de um pai divorciado, e junte isso com a sabotagem causada pela “Síndrome do Útero de Ouro“, e você em algo ainda pior. Assim é com Jim e seu filho.O divórcio, mesmo com Jim se esforçando ao máximo para tudo correr bem, foi um inferno. Depois de gastar uma pequena fortuna com advogados ele ficou com o acordo padrão em mãos: uma rígida pensão alimentícia, visitas em fins de semana alternados e durante as quartas a noite – e uma imensa lista de coisas que ele não tinha mais autoridade para fazer.
Como ser um pai.
Toda a autoridade parental que ele tinha sobre suas crianças foi transferida para a mãe, junto com boa parte de seus bens. A corte não reestruturou sua família. Ela simplesmente retirou ele da família – excetuando-se apenas suas obrigações financeiras.
Ele fez o melhor que pode. Ele desistiu de oportunidades de subir na carreira para poder viver mais próximo de seus filhos. Ele ia as visitas religiosamente, mesmo que na maioria das vezes sua ex atrapalhava tudo. Atrapalhá-lo virou sua rotina, seja apenas por conveniência, seja para abusar de seu poder recém adquirido.
Ela rapidamente começou a dar as cartas.
Depois de um tempo, sua ex achou um novo homem, se casou novamente e encorajou que seus filhos chamassem o padrasto de “pai”. Isto é uma das muitas formas de abuso que ela aplicou depois que se achou no direito legal de fazer o que lhe desse na telha.
E durante este tempo, Jim teve que assistir suas conexões com seus filhos e seu papel como pai virarem poeira. Seus filhos, especialmente o mais velho, rapidamente notaram que ele não passava de um idiota sem nenhuma influência paternal. O respeito por ele, mesmo como ser humano e muito menos por ser pai, virou algo de um passado remoto. Depois de um tempo Jim percebeu que ele nem era mais um visitante. Ele era apenas uma babá que tinha que pagar para cuidar das crianças que atualmente eram de outra pessoa.
Provavelmente ele foi o último a notar isso.
Em especial seus filhos, que começaram a tratar sua visita como uma espécie de punição. Principalmente no caso do filho mais velho. Ele começou a agir como se ver o seu pai fosse algo que ele era forçado a tolerar; algo que ele podia se livrar depois de um determinado tempo. Seu filho também começou a ter problemas na escola nessa época, um problema que fez Jim se culpar demais, mas era algo que ele não podia intervir. Não havia nenhum jeito prático dele disciplinar seu filho.
Eventualmente, desanimado com o andar das coisas, Jim procurou um psicoterapeuta para ajudar a lidar com o problema. É claro, o terapeuta fez o que a grande parte deles faz em todas as situações para qual eles não tem resposta nenhuma. Ele veio com uma ideia que era ainda mais destrutiva.
Ele sugeriu que Jim aceitasse logo seu novo papel como um pai impotente e sem autoridade, e somente passasse seu tempo como seus filhos dando a eles tudo o que eles quiserem, não impondo nenhuma regra ou disciplina neles. Ele sugeriu que Jim virasse um “Pai Disneylândia”.
É, é isso mesmo, tá aqui sua entrada.
Para começar, vamos ver como um Pai Disneylândia é percebido e compara com o que ele realmente é.
De acordo com o site womansdivorce.com, que diz “ajudar as mulheres sobreviverem ao divórcio e reconstruírem suas vidas,” um Pai Disneylândia é isso aqui:
“Geralmente, ele é um pai que compra tudo o que seus filhos querem, os leva para comer e se divertir nos melhores lugares da cidade, raramente impõe rotinas e aceita qualquer demanda das crianças. Do ponto de vista da criança, é como se ele estivesse visitando a Disneylândia.“
Então, de acordo com eles, Jim tinha que se lixar para as necessidades de seus filhos; nada de se preocupar com bobagens como alimentação saudável, hora de dormir e acordar, lição de casa ou qualquer outra medida psicossocial que pudesse determinar ou não que uma criança pudesse estar indo em direção ou passando por sérios problemas; simplesmente dar a eles o caminho conveniente da não resistência. Ele teria que os embebedá-los com materialismo e diversão, preparando eles para enfrentar o mundo real imposto por sua mãe “responsável”, que tinha que compensar tudo o que o pai irresponsável fazia contra seus filhos..
Resumindo: é um caminhão de estrume de cavalo vindo deles.
Para entender melhor, vamos ver o que realmente um Pai Disneylândia é na maioria dos casos, talvez todos eles.
O Pai Disneylândia é um Pai Inválido, tentando compensar de forma disfuncional a situação impossível que lhe foi imposta pela justiça e pela sua ex-esposa que trabalham juntos para jogar ele e seus filhos no moedor. Eu uso a palavra “disfuncional” já que ela se encaixa de forma técnica na situação. Mas deve ser esclarecido que na maioria dos casos não há uma forma “funcional” de compensar isso. Não há bem uma “coisa certa a fazer.” Toda oportunidade de agir no melhor interesse das crianças, tentando restaurar os papéis dos pais ao invés de simplesmente eviscerar um deles, foi tirado jogado no lixo. Tanto pela justiça, quanto por ela.
Nós estamos afinal falando dos “pais” não custodiantes. Sim, pus “pais” entre aspas por uma razão. Aspas devem ser colocadas todas as vezes que o termo não custodiante for o adjetivo para descrever um pai, ao não ser que a situação seja qualificada, o que é raro.
Um “pai” não custodiante é o que sobra do antigo pai depois que você retira dele toda a sua autoridade, acesso e influência da vida dos seus filhos. Ele não é mais um pai, mas o holograma de um, usado para sustentar a criança tempo suficiente para dar a custodiante um descanso. Seu dinheiro é que importa, não a sua presença. O mesmo pode-se dizer de seu amor.
O amor é algo grandioso de se dar a uma criança. Ele tem bem menos valor quando alguém tem o direito de botar amarras nele; ditar quanto e como ele deve ser expresso. Isso é especialmente verdade quando amar seu filho significa prover a consistência e a disciplina que os pais naturalmente provêm.
E desde a primeira medida cautelar até a decisão final do juíz, tal amor é a primeira vítima de um casamento dissolvido. A corte faz questão disto.
E assim, o que o homem faz? Geralmente assistem horrorizados sua ex-esposa controlar e abusar do relacionamento entre seus filhos, com uma indiferença brutal ao bem estar emocional de seus filhos. Eles assistem isso dia após dia até o momento que este horror se torna uma rotina sórdida; até que ela delega ao “pai” a quantidade correta do valor utilitarista e submissão, e a correta diminuição de sua paternidade.
É neste momento que os pais, como pais, geralmente desertam, mesmo dizendo que apenas se mudaram, ao invés de dizer que foram exilados, o que não é algo justo.
Alguns fazem sua despedida como pais pegando a rota da Disney, especialmente os poucos afortunados com dinheiro para fazer isto. É mais fácil, e assim eles podem ver seus filhos sorrindo. Tais sorrisos ajudam ele a esquecer que eles viraram meros palhaços do circo de suas ex-esposas, e que por baixo de toda esta diversão está as vontades vitais de seus filhos.
Já outros, geralmente os mais pobres, simplesmente perdem o interesse. Eles esquecem seus filhos em frente a tv ou a um video game e vão fazer outras coisas para se distrair. Alguns deles começam a evitar as visitas. Eles geralmente são alvos do escárnio de suas ex, que não perdem tempo dizendo para todos que o “desgraçado nem mesmo usa o tempo de visita dele para ver os filhos.”
Ela esquece de dizer que ela minou e destruiu tudo que ser um pai realmente era a um longo tempo atrás antes dele mostrar oficialmente que não ia mais aparecer. Ele é o Pai Distante, justa mente como ela queria, e agora ela pode xingá-lo perante o mundo, tendo a “prova” de que ele é um inútil.
Outros homens, aqueles bem teimosos, lutam anos e anos contra a marginalização, se culpando no processo por falharem. Eu admiro sua tenacidade, mas não fico tão impressionado com sua dureza. Não quero ser cruel, mas já vi isso demais para saber que seus filhos não se beneficiarão disto. Eles ficarão tão alienados quanto aqueles que resolveram jogar a toalha.
Pai Disneylândia. Pai Distante. Pai Teimoso. Todos eles Pais Inválidos; Pais Destruídos.
É isto que acontece quando você compra os mitos da “visitação” e “pensão alimentícia” como substitutos da paternidade. Quando você é louco o bastante para acreditar no que os advogados, cortes e ex-esposas vingativas agem em interesse das crianças; quando você assina não uma custódia, ma s a propriedade da criança, e quando você baseia tal escolha corrupta em padrões ainda mais corruptos da genitália, então você tem tais ações que nos consumiram a tempos; crianças que perderam tudo, começando com seus Pais.
E você tem pais que compensam isto da forma que tiver ao alcance deles, já que isto é a única coisa disponível a eles.
Mas há, entretanto, outra opção, assumindo que você não está pronto para parar mulheres que destroem famílias. Você pode dizer as crianças a verdade. Pode dizer a eles que você um dia foi o pai deles; que enquanto você os ama de todo o coração, que o seu papel primordial em guiá-los na vida foi roubado por suas mães e pela justiça.
Você pode dizer a eles que o divórcio na verdade é a demolição de suas vidas, patrocinada por um sistema que caga e anda para eles ou sobre o que é certo; um sistema usado pela mãe “custodiante” que também tá nem aí com nada.
E talvez este seja um jeito de agir caso você tenha a fineza de entregar a verdade de uma maneira que não inspira o suicídio.
Eu apenas posso imaginar qual seria o olhar das crianças ao saber disto; crianças furiosas e confusas que começam a apresentar sinais de falência na vida, simplesmente dizer a verdade do que acontece na vida deles.
Bah, não podemos dizer isso. Se fizermos isso, não seria justo com suas mamães.
fonte: http://www.avoiceformen.com/men/fathers/disneyland-dads/
9 comentários
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Aí já é demais para mim… A mulher usar o filho ou filha do cara como arma é a pior de todas as covardias, a mais insana, a mais nojenta e imperdoável delas… Atingir um homem pelas suas fraquezas como o Nessahan descreveu é uma coisa, mas usar os filhos do cara é algo hediondo, horrendo e criminoso pois é totalmente desumano.
Isso não só destrói o relacionamento entre pai e filhos, como também destrói a formação do caráter das crianças, que vão crescer sem a autoridade da figura paterna. Vão acabar apenas se tornando uns merdas na vida, sem respeito algum por ninguém, repetindo o comportamento maldito da mãe. Esse bando de feminazis malditas ignoram totalmente o amor de um pai para com os seus filhos, a coisa mais importante e benéfica que há, totalmente essencial para a formação de sujeitos autênticos.
Duvido que mãe sozinha alguma consiga dar conta do recado, logo tem que arrumar um trouxa para servir de padastro e depender da pensão do pai-lhaço, isso na grande maioria dos casos. Caras, maioria das vezes não há nada para se fazer mesmo, só contar a verdade e esperar que com o tempo os filhos deem o devido crédito…
São Jorge. Eu tenho uma filha de 5 anos. Tive um relacionamento confuso que veio acabando naturalmente com o tempo. No 2° semestre deste ano eu vou ter que mudar de cidade por causa da faculdade (dentre outros motivos). Gostaria de uma dica sua de como não deixar que a minha distância afete à minha filha psicologicamente. Sei que nada substitui a presença física, mas gostaria que você me falasse um pouco de como voce gostaria que tivesse acontecido com voce. Como seria o ideal dada esta situação?
Esse tema acredito que é um dos mais pesados quanto ao masculinismo de hoje em dia. Principalmente porque eu vejo muito mais pais que “Jogaram a toalha” do que pais que lutam de verdade.
Nossa sociedade superficial e a cultura do “eu quero isso agora” faz com que os pais não custodiantes não esperem o tempo necessário para reverter essa situação mostrada pelo texto.
Eu mesmo fui vítima dessa ciranda perversa, mas somente estou conseguindo virar o jogo depois de 5 anos, e com a ajuda da real todo esse tempo.
A chave? Simples, o MEU desenvolvimento pessoal. Só isso!
A verdade sempre prevalece, mas tem que dar tempo pra ela agir!
Excelente texto ! Não pude deixar de comentar, já vi várias situações bem semelhantes !
Resumindo: USEM CAMISINHA!
Não, mas sério; hj em dia não basta pensar 2, 3 ou 4 vezes antes de resolver por filho no mundo… tem que se pensar mil vezes e ainda assim é pouco.
E eu nem falo isso por você que quer ser pai, mas sim pelo ser humano que tu quer por no mundo. Olhe ao seu redor e se pergunte se vc gostaria de ter nascido na sociedade em que está inserido. Depois pense se quer realmente por filho no mundo.
E essa saída que o autor do texto dá não adianta de nada; mesmo que o pai diga isso para os seus filhos, é só o trabalho da mãe dizer o contrário….. em quem vcs acham que a criança vai acreditar? Na mãe que convive com ele ou em um semiestranho que ele só vê nos finais de semanas e que é obrigado a chamar de “pai” mesmo não entendendo muito bem o significado desta palavra?
Fazer oq o autor do texto sugere provavelmente só vai minar ainda mais a já fraca relação entre pai – filhos…..
Mas enfim, eu já fiz minha escolha, já existe gente suficiente no planeta. A humanidade não depende de mim para sua sobrevivência e eu não consigo ver motivo algum para colocar mais gente nessa sociedade vil que hoje ai está. Ou as coisas mudam, ou eu vou continuar usando camisinha!
Às vezes tenho a impressão de que pais divorciados acabam por criar filhos com tendências autodestrutivas, que acabam por se manifestar de diversas formas.
No meu caso fui fruto de uma relação extraconjugal do meu pai. O perfil dele em si e de alfa(não cuidou dos proprios filhos, nunca diminuiu a testosterona dele para viver com as filhas(minhas irmãs) e teve varias mulheres ainda hj.
A minha mãe e do tipo nervoso e qualquer coisa ela birra, além de ser teimosa no financeiro e tem atitudes antisociais.
Ela sempre xinga o meu pai e humilha ele e realmente o lado da mulher e protegido enquanto a do homem e execrado ate os ultimos dias dele na terra
Quando meus pais se separaram, eu tinha uns 4 anos de idade. Foi tão traumatizante para mim como uma criança que desenvolvi problemas de fala, mais tarde sanados por visitas ao psicólogo. Embora minha mãe nunca tenha exigido pensão alimentícia (ela ganhava mais que ele) ela ficou com a guarda dos filhos.
Meu pai nunca foi proibido de visitar seus dois filhos, e minha mãe fazia a imagem na nossa cabeça como se ele fosse um herói incompreendido mas mesmo assim, as dinâmicas da relação pai/ filho foram desestruturadas. E mesmo ele podendo visitar a hora que quisesse, as visitas eram estranhas, desconfortáveis. Nunca é a mesma coisa.
Hoje entendo muito melhor o acontecido e busco revitalizar nossa relação. Fica uma lacuna no passado, mas com consciência do problema e maturidade, dá pra ir reconstruindo essa relação.
Eu já vi várias vezes a mulher tentando sabotar as visitas usando as desculpas mais esfarrapadas, as mais comuns são provas na escola e gripe:
“Não venha porque Fulano (o filho) tem provas nesta semana e precisa estudar.”
“Não venha porque Fulano (o filho) está gripado.”
“Não venha porque você está gripado e vai acabar passando a gripe para o Fulano.”