Filmes para homens – Filmes contemporâneos – Parte 1

Prosseguindo com a série de artigos sobre filmes que passam uma visão positiva sobre o homem, desta vez a série se foca mais em assuntos um pouco mais contemporâneos.

Como é bastante material, dividirei em vários artigos, para facilitar a leitura. Afinal, ler uma parede de texto ninguém merece hehe.

Mas é isso, espero que gostem desta série e que sirva para lhe dar sugestões de filmes interessantes para se ver. Eu mesmo já peguei alguns desta lista para assistir e gostei bastante. Então prepare a pipoca e boa leitura!

por Movies for MRA’s

Vontade Indômita (The Fountainhead)

Gary Cooper interpretando o herói de Ayn Rand, Howard Roark, o arquiteto que não se conforma com a visão coletivista da sociedade? Sim, Vontade Indômita é a versão cinematográfica do romance de Rand que idealiza o indivíduo numa civilização pós industrial.

Roark é um homem de espírito que cria a civilização, ou pelo menos susas estruturas heróicas. Quando as forças da opinião popular comprometem um edifício que ele havia projetado, ele não exita em dinamitar a estrutura e transformá-la em escombros. No meio tempo ele seduz Patricia Neal numa cena que… bem, não importa. O filme termina como todos os bons filmes de Hollywood, na sala do tribunal. Roark faz um clássico discurso defendendo não apenas suas ações mas também todo o conceito do homem seguir o seu destino, e que o coletivo se lasque! É claro, ele vence.

Ayn Rand aponta que a nossa civilização moderna é um tributo a mente do homem: poderes intelectuais, científicos e organizacionais. Nada do que temos da civilização hoje exisitiria se as pessoas não quisessem que elas existissem e arregaçassem as mangas para fazer com que isto acontecesse. É interessante notar que todo este debate sobre a mulher não ter nenhum “poder” antes da década de 1960 não impediu que Ayn Rand se transformasse numa das escritoras e filósofas políticas mais influentes do século 20 na América. O triunfo do capitalismo global,  mesmo com seus defeitos, devem muito as bases ideológicas que ela criou numa época em que o socialismo parecia ser o futuro a ser seguido.

Assista o trailer aqui.

A cena do discurso sobre o individualismo.

O Poderoso Chefão

É dificil fazer um artigo baseado nos meus propósitos sobre este filme, já que afinal este filme glorifica a máfia! Mas mesmo assim, O Poderoso Chefão ainda se foca em homens, e como homens operam um mundo que foi criado por eles.

Temos Marlon Brando no papel principal, como o chefe da família criminosa Corleone. Ele obtem o seu poder através de esquema de favores mútuos que acabam colocando os detentores do poder em suas mãos. Ele também põe os melhores homens em posições de confiança. Seus filhos James Caan (Sonny, o cabeça quente), James Cazale (Fredo, emotivo demais), AL Pacino (Michael, o intelectual de sangue frio), e Robert Duvall (Tom Hagen, adotado e conselheiro da família). Também temos outros membros de fora da família, Abe Vigoda e Richard Cast interpretando os capo regimes Tessio e Clemenza.

Os Corleones formam um grupo coeso, com cada homem tendo suas pontos negativos e positivos. Eles se completam muito bem: a racionalidade de Michael contra balanceia a sede de sangue de Sonny, enquanto Tom mantém tudo isso coeso para quem vê de fora. É significativo notar que é um momento de fraqueza de um dos filhos que acaba provocando uma tentativa de assassinato contra Don Corleone e ativa a reação em cadeia que leva até a passagem do poder para a próxima geração da família.

Uma coisa que acho impressionante é como mesmo depois de décadas o filme parece que não envelhece. Algumas verdades são eternas. O Poderoso Chefão nos mostra como o homem constrói o mundo. Isto é um tema explícito no livro de Mario Puzo (o qual recomendo a leitura) e também é apresentado no filme. Os Corleones criaram seu próprio império no qual eles tem a liberdade de viver a vida da forma que lhes for mais apropriada. É claro, eles são gangster “decentes”: eles alegam que apenas negociam com apostas ilegais e sindicatos e não com chantagens e prostituição forçada. Quando um novo tipo de mafioso entra em cena – um traficante de heroina – eles são os primeiros a se opor.E isto leva a Guerra das Cinco Famílias. Dos filhos de Don Corleone, um não aguenta a pressão, outro é morto numa emboscada e o terceiro tem que fugir, mas retorna mais tarde para restaurar o poder da família.

Nós vemos o velho Don Corleone passando seus conhecimentos acumulados por décadas ao seu filho escolhido a assumir seu lugar. E no fim, percebemos que Don Corleone estava preparando Michael para ser o seu herdeiro o tempo todo. ELe nota que é a racionalidade e inteligência de Michal que era necessária para o futuro. As mortes de Sollozo e de um policial corrupto orquestrados por Michael, o que lhe forçou ao exílio, nos prova como a força da racionalidade fria pode virar o jogo em longo prazo.

Outro personagem interessante é Carlo Rizzi. Ele se casa com a filha de Don Corleone, Connie, para poder ter acesso ao poder e influência da família Corleone. Quando não pode usufruir deste poder, ele se torna um traidor. É como se o filme tentasse nos dizer que ele fez o erro fatal (tanto de forma figurativa quanto literal) de confiar em uma mulher (mesmo que a própria Connie se casou sem segundas intenções com ele). Compare com o casamento de Michael, que faz questão de manter sua família de fora dos seus negócios. Michael ganha o poder por manter os homens e mulheres da família em seus respectivos lugares. Não se trata apenas de delegar funções, mas confiar em seus companheiros e entender suas motivações. O mar que separa homens e mulheres é grande demais para um sexo entender e confiar um no outro (um ponto que foi deixado bem explícito no livro, aliás). Isto pode não ser justo, mas é assim que as coisas funcionam.

O filme é longo, mas poderia até ser maior, já que você não se cansa assistindo ele. Os capo regimes Tessio e Clemenza poderiam ter algumas cenas a mais mostrando suas funções no andamento das operações da família Corleone. Os processos que Don Corleone usava para controlar juizes e políticos precisavam ser melhor descritos já que isto era a fonte do poder da família. Nós vemos os antagonistas, Barzini e Tattaglia, apenas de fundo em algumas cenas. E personagens menores, mas importantes, do livro como Rocco Lampone e Al Neri deveriam ter mais destaque. O golpe final em que Michael elimina os inimigos da família me pareceu meio exagerado; nós nunca vemos ele preparando o massacre e nem vemos a nova geração de mafiosos (Lampone, Neri) tomando o controle. Boa parte dos créditos do livro foi mostrar as engrenagens de uma família mafiosa. Mesmo assim, boa parte disto fica nas entrelinhas dada a excelente performance dos atores. Como cada um lida com o outro, como eles reagem as crises, as ações que tomam, tudo deixa as coisas mais claras.

No fim, Michael assume o lugar de patriarca da família. A ordem foi restaurada ao mundo. E isto é ainda mais pungente hoje num mundo onde a família está se desintegrando. O Poderoso Chefão nos dá uma visão realista da natureza do poder, uma oferta que não se pode recusar.

Clique aqui para assistir o trailer.

Comentário do Barão: outro dos meus filmes favoritos, tanto que até fiz questão de comprar o pack de DVD’s que lançaram, com todos os filmes da trilogia e mais alguns extras. É um filme que todo homem deveria ver para, além de refletir sobre os pontos demonstrados na análise acima, ver como as coisas funcionavam num mundo sem o politicamente correto de hoje e também a dinâmica de uma família tradicional italiana (que tem muito a ver com a nossa realidade, já que no Brasil os italianos tiveram profundo impacto social e cultural).

Momentos Decisivos (Hoosiers)

Gene Hackman interpreta um treinador de um time local de basquete que lidera seus jogadores à vitória nas quadras. Eu gostei deste filme por causa da crueza como é retratada os personagens e a cidade. Vemos aqui pessoas realistas encarando problemas reais da vida,  e obtendo a felicidade através de pequenos triunfos que talvez não sejam tão pequenos assim. Barbara Hershey nos provê um relacionamento pessoal nada glamuroso, e Dennis Hopper conquista uma nova chance.

Hackman interpreta o sujeito comum que tem que superar seu passado. As vitórias que todos conquistam são pequenas mas significativas – e inspiram mais do que qualquer grande filme poderia fazer.

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Hamburger Hill

A 101ª divisão paraquedista americana ataca uma colina fortificada pelos comunistas no Vietnam (eu ainda me lembro dessa notícia que passou quando era criança, e a unidade que servi quando eu me alistei foi a famosa 101 paraquedista). A primeira parte do filme nos mostra os paraquedistas treinando os novos recrutas, os lembrando sempre de nunca subestimar o inimigo; mostram também eles se divertindo em uma casa de massagem.

Então corta para o vale de A Shau onde o ataque a montanha Ap Bia iria acontecer. Os paraquedistas tem que avançar enfrentando posições fortificadas dos vietcongues, são repelidos, se reagrupam e atacam de novo. Sim, temos um pouco de clichê, com os recrutas se tornando veteranos, o oficial junior que ganha experiência, etc. Mas o filme é um retrato fiel do ponto de vista americano na Guerra do Vietnã pós Ofensiva de Tet, quando a vitória total não estava mais entre as opções, mas você ainda podia vencer alguma batalha perdida numa montanha desconhecida.

Há até mesmo uma certa homenagem ao inimigo norte vietnamita, que é demonstrado enfrentando a força total da Força Áerea Americana e ainda assim lutando de forma feroz, sabendo que não tinha mais para onde recuar. Eles fazem o seu serviço até o fim.  Uma das cenas é clássica: um dos paraquedistas recebe uma gravação de sua namorada, que começava toda romântica e que depois se revela ser a maior vadia da década.

O final é um verdadeiro tributo ao que os homens podem fazer… e que feminazis e seus manginas amestrados jamais entenderão.

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fonte: http://home.earthlink.net/~jamiranda/mramovies/id9.html

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