Ocidental tenta ser “gueisha” e falha miseravelmente devido a sua arrogância

A primeira gueixa ocidental a ser admitida no mundo fechado das lendárias anfitriãs japonesas sai dos treinos depois de acusada de levar descrédito ao movimento.

Por Julian Ryall, de Tóquio.

Fiona Grahan, com 47 anos e educada em Oxford, foi a única estrangeira em 400 anos a ser aceita como aprendiz de gueisha, mulheres cujas habilidades nas danças tradicionais japonesas, poesia e música são reverenciadas como parte da cultura nacional.

Mas agora, tendo passado por um treinamento rígido para entrar numa profissão que sempre foi considerada não adequada aos estrangeiros, ela saiu de sua organização profissional depois de brigas com outros membros.

Ms Graham, que escolheu o nome artístico “Sayuki (felicidade transparente, em japonês) depois de fazer sua estréia como gueisha em 2007, foi acusada de recusar a seguir os costumes, faltava em aulas obrigatórias de música e dança e perdia muito tempo fazendo auto promoção.

E o pior, dizem membros da organização, num mundo que foi construído em tradições e adesão às convenções, ela se recusou a mostrar respeito aos mais antigos.

“Ela estava na associação há mais de 3 anos, mas ela não participava das aulas e não seguia regras,” outra gueisha, que pediu para não ter seu nome revelado, disse ao The Sunday Telegraph“E ela vivia brigando conosco.”

Ms Graham, uma australiana, teve seu primeiro contato com o Japão aos 15 anos num programa de intercâmbio escolar e, seduzida pela cultura japonesa, estudou em um colégio japonês antes de participar da prestigiosa Universidade de Keio, e depois completou um doutoramento em antropologia social na Universidade de Oxford.

Ela era fascinada pelo mundo das gueishas, que se tornou popular com o romance Memórias de uma Gueisha, de Arthur Golden, que descreve uma jovem aprendendo a arte do ofício.

Antes confundida como meras prostitutas, as gueishas na verdade se focam em prover entretenimento em volta das mesas de jantar, incluíndo cerimônias do chá, rituais de bebida, tocar instrumentos musicais tradicionais e caligrafia.

Depois de aceita numa casa de treinamento de gueishas – conhecidas como “okiya” – Ms Graham participou das aulas báscias, se especializando na flauta de bambu japonesa.

Para marcar sua estréia como gueisha, ela vestiu um kimono azul claro com detalhes brancos e decorado com manchas feitas com pó de ouro na bainha, que pertencia a sua “mãe okiya”, e que valia por volta de 2 milhões de ienes (por volta de 15000 libras esterlinas).

Entretanto, de acordo com as estritas regras do mundo das gueishas, uma iniciante deve ter permissão das mais antigas primeiro para poder se apresentar perante clientes, normalmente em casas de chá e em restaurantes. Aquelas que não estão totalmente preparadas não são permitidas que se apresentem.

“Ela disse que ela é uma tocadora de flauta mas ela não ia as aulas, e falava que já era boa o suficiente,” disse uma das gueishas. “Mas se apresentar perante aos clientes é algo muito importante. Você deve ser muito boa no que faz e tem que ter a permissão.”

“Ninguém a deu permissão porque ela ainda não era boa o suficiente – então ela ficou histérica, gritando para todos. Não é assim que as coisas funcionam aqui. Nós temos um jeito tradicional de pensar e temos que obedecer nossas “irmãs” mais velhas.”

Keiji Chiba, um representante da Associação Asakusa de Gueishas, não quis comentar os motivos da demissão de Ms Graham da associação, entretanto outro representante não negou que ela foi “pedida a se retirar”.

O único comentário que o sr. Chiba fez sobre Ms Graham é “ela tentou”.

Numa entrevista logo depois de sua estréia, Ms Graham, que planejava documentar suas experiências em um livro e num programa de TV, disse que estava muito orgulhosa de ter sido a primeira gueisha ocidental no Japão. Recentemente, ela se tornou garota propaganda de uma loja de kimonos de segunda mão.

Na semana passada ela recusou comentar sobre as acusações feitas a ela.

Entretanto, Peter Macintosh, um documentarista que estuda o rígido mundo das gueishas há 18 anos, disse “Eu me recuso a chamá-la de Sayuki. Quando ela começar a agir como um gueisha, eu a chamarei pelo seu nome de gueisha.”

Ele também disse que uma gueisha normalmente não veste a tradicional maquiagem branca depois dos 30 anos de idade e que “clientes ocidentais não irão querer ver uma ocidental de 47 anos usando maquiagem.”

Ms Graham também acusa a associação das gueishas de maltratá-la, segundo as fontes doThe Sunday Telegraph, mas a associação insiste que ela não foi tratada de maneira diferente do tradicional.

Uma gueisha afirmou que depois que a associação não permitiu que Ms Graham se apresentasse perante os clientes, ela começou a arrumar seus próprios eventos por fora do distrito das gueshas.

“Ela organizava essas festas, mas a maioria das outras gueishas não iam nelas por causa que não a viam como uma gueisha,”, ela disse, adicionando que Ms Graham não tinha ninguém para acompanhá-la quando ela tocava a flauta, então ela usava uma música de fundo de um aparelho de som portátil.

“Ela se apresentava assim perante os convidados – nunca faríamos algo semelhante,” a gueisha diz, “isto é vergonhoso, mas ela não entendia isso.”

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/japan/8556540/First-ever-Western-geisha-leaves-the-sisterhood.html

NT: Os grifos são meus.

Comentários: é impressionante ver como as mulheres ocidentais tem uma necessidade doentia de aprovação, uma estima exagerada pelo seu valor e um senso de merecimento que muitas vezes não corresponte as suas capacidades. E não é uma ou outra não, isto serve para praticamente TODAS. E o mais interessante disso tudo, não temos aqui uma “barraqueira” ignorante, mas alguém que passou por uma educação formal numa das mais prestigiosas universidades do mundo. Nenhuma sabe se enxergar.

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